24/06/2021
Toda vez que o presidente Jair Bolsonaro agride um profissional do jornalismo – como fez nesta segunda-feira com a repórter Laurene Santos, da TV Vanguarda, no interior de São Paulo -, ele não está agredindo apenas jornalistas e veículos de comunicação críticos ao seu governo. Está agredindo, acima de tudo, o público que se informa pela imprensa profissional. Está agredindo telespectadores, ouvintes, leitores e internautas que preferem a informação independente às versões oficiais.
Está agredindo, em última instância, a democracia.
Quando ele manda um jornalista calar a boca, não está sendo apenas mal educado. Está, isto sim, dando vazão a instintos autoritários incompatíveis com o cargo que ocupa. Mais do que isso: está dando mau exemplo e estimulando comportamentos antissociais.
Mas está, também, redondamente enganado.
Os jornalistas não se calarão.
Não nos calaremos, presidente, porque estamos falando pelos brasileiros enlutados que choram a perda de parentes e amigos. Não nos calaremos, presidente, porque nossa voz é a voz das pessoas que não se conformam com um governo cúmplice da pandemia, do desmatamento, das milícias armadas e da ignorância. Não nos calaremos porque queremos viver num país civilizado, saudável, justo e digno.
José Maria Rodrigues Nunes
Presidente da ARI
Batista Filho
Presidente do Conselho Deliberativo da ARI