22/06/2016
nesta terça-feira (21/06) o Ministério Público de São Paulo denunciou quatro homens por injúria e racismo contra a jornalista Maria Júlia Coutinho. Segundo as informações, quatro adolescentes confessaram a participação nos ataques e ajudaram a incriminar os denunciados.Os acusados negam autoria do crime.
O MP revelou que os acusados planejaram e executaram os ataques contra a jornalista, em julho de 2015. Os criminosos são Érico Monteiro dos Santos, Rogério Wagner Sales e Kaique Batista, com ajuda do profissional em informática Luís Carlos de Araújo. O grupo teria induzido outras pessoas a praticarem os crimes. Eles responderão por falsidade ideológica, injúria, racismo, corrupção de menores e formação de associação criminosa na internet. As penas variam de sete a 20 anos de prisão.
“É importante as pessoas saberem que a internet não é um oceano de impunidade. Muitas vezes um jovem fica por trás da tela do computador e coloca um apelido, e acha que não vai ser alcançado, e nesse instante é que ele se engana, porque as autoridades públicas podem chegar até ele”, disse o promotor de Justiça Christiano Jorge Santos ao ‘JN’.
O caso
Em julho de 2015, a jornalista Maria Júlia Coutinho foi alvo de racismo na página oficial do ‘Jornal Nacional’ no Facebook. Na ocasião, comentários pejorativos foram publicados. Um dos internautas disse: “Não tenho TV colorida para ficar olhando essa preta, não”. Outro alegou que a jornalista só teria conseguido o emprego no programa “por causa das cotas”. A profissional também foi vítima de ofensas como “preta imunda”, “urubu” e foi chamada de “quem já nasceu de luto”. A onda de comentários racistas despertou a revolta de outros telespectadores e internautas, que saíram em defesa de Maria Júlia.
Na mesma semana, a partir de buscas nas redes sociais, a Polícia Civil identificou e localizou em São Paulo um adolescente de 15 anos que teria feito os comentários racistas. O menor, que mora em Carapicuíba, na Grande São Paulo, foi à delegacia para depor. Em dezembro, o Ministério Público coordenou operação em oito estados para apreender as provas pelo crime de racismo contra Maju. À época, a justiça expediu 25 mandados de busca e apreensão em São Paulo, no Amazonas, Ceará, Pernambuco, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os suspeitos foram levados ao MP de cada região para serem ouvidos.