Por Claudia Sanches*
09/07/2015
O jornalista indiano Akshay Singh, repórter do Canal Asj TAk, que estava no estado de Madhya Pradesh para investigar as mortes envolvidas no escândalo conhecido como Vyapam, morreu no último sábado, de “forma súbita”, dia 3 de julho, em circunstâncias suspeitas.
Segundo o Channel NewAsia, Akshay teria passado mal logo após a entrevista com parentes de vítimas, quando foi encaminhado ao hospital por ter desmaiado e “espumado pela boca”. O profissional denunciava políticos e intermediários por terem aceitado propina para conceder empregos e admissões em faculdades do país, entre 2008 e 2013.
A imprensa do país declarou que o repórter morreu em uma “circunstância suspeita”, comparando-o as outras 44 pessoas que estavam envolvidas no “Vyapam” e “faleceram sem maiores explicações”.
Ele estava no local para investigar o caso e, horas antes de gravar entrevista oficial, conversou com famílias de algumas pessoas citadas no esquema de um exame profissional.Os médicos ainda tentaram reanimá-lo, mas Singh acabou falecendo algumas horas depois.
O repórter, de 38 anos, queixou-se de mal estar enquanto estava falando com o pai de Namrata Damor, estudante da faculdade de medicina do governo, cujo corpo foi encontrado em circunstâncias misteriosas perto de uma linha férrea no distrito de Ujjain em 2012. Singh tinha vindo para a cidade de Indore para conversar com as famílias de algumas das pessoas citadas no esquema do exame profissional.
O “India Today Group” afirmou que a razão por trás da morte de seu repórter “não era clara” e esperava que os médicos e as agências de aplicação da lei seria capaz de estabelecer a razão por trás disso:
— A causa de sua morte súbita ainda não está claro. Nós lamentamos a morte de nosso colega valorizada. Nossos pensamentos e orações estão com a família de Akshay. Esperamos que os médicos e as agências de aplicação da lei são capazes de estabelecer a causa da morte de Akshay.
Shivraj Singh, Chouhan ministro-chefe de Madhya Pradesh, assegurou uma investigação em resposta à demanda da Índia.
Enquanto isso, o líder do congresso, Digvijaya Singh disse ter avisado um dia antes a Akshay que ele tivesse cuidado. Ele disse que os exames de corpo de delito deve ser feito sob a supervisão de médicos mais experientes, de preferência em Nova Delhi, capital da Índia.
Terceiro assassinado em menos de um mês
Akshay Singh já é o terceiro profissional de imprensa que morre em situação suspeita em menos de um mês.
O jornalista Jagendra Singh faleceu no dia 8 de junho último, em decorrência de queimaduras causadas por uma ofensiva em sua própria casa. O crime teria sido provocado por uma postagem no Facebook na qual jagendra denunciava o ministro Ram Murti Verma, do Partido Samajwadi. A Anistia Internacional solicitou investigação especial “de mais um ataque à liberdade de imprensa”.
Policiais da região central da Índia prenderam na segunda-feira, 22 de junho, três homens suspeitos do sequestro seguido de ataque ao repórter Sandeep Kothari, cujo corpo foi encontrado carbonizado no estado de Maharashtra no último sábado, dia 20 de junho. A imprensa local denunciou que o jornalista pode ter sido agredido em razão das matérias que escreveu sobre a mineração ilegal de areia na região. O ministro do estado de Madhya Pradesh, Shivaraj Singh Chouhan afirmou que o governo indiano vai investigar o caso:
— Nós vamos conduzir uma investigação adequada sobre esse incidente. Não vai restar pedra sobre pedra.