03/03/2020
Um dos mais importantes jornalistas de economia do país, criador do Valor Econômico, em 2000, e chefe de redação da extinta Gazeta Mercantil, Celso Pinto, 67 anos, morreu nesta terça-feira, 3, em São Paulo, vítima de infecção pulmonar. Trabalhou em principais jornais do país, sempre imprimindo a marca de seu talento, competência e capacidade de análise da conjuntura econômica.
Em 46 anos de carreira, Celso Pinto trabalhou em principais jornais do país, sempre imprimindo a marca de seu talento, competência e capacidade de análise da conjuntura econômica. Sua formação, também de sociólogo, foi elemento a mais no processo de “pensar o jornal”.
O jornalista começou sua bem sucedida trajetória profissional, em 1974, como repórter na “Folha de S. Paulo”, de onde saiu para a Gazeta Mercantil, como editor-chefe, em São Paulo, depois em Brasília, e posteriormente, em Londres, como correspondente. Diretor do Valor Econômico, Celso Pinto foi responsável pela estruturação da linha editorial do jornal e pela montagem de uma equipe de grandes nomes da imprensa brasileira.
Celso Pinto foi testemunha de importantes acontecimentos que marcaram rumos da economia brasileira, desde moratórias da dívida externa, acordos com o Fundo Monetário Internacional (FMI), lançamento do Plano Real, em 1994, criação do Mercosul, com o Tratado de Assunção, em 1991.
Suas matérias, comentários e artigos frequentavam as primeiras páginas dos jornais e contribuíram de forma decisiva para o prestígio da então Gazeta Mercantil, que, até o final dos anos 90, foi o principal jornal de economia e finanças do Brasil. Parte de suas análises sobre política econômica do Brasil dos anos 1980 aos 2000, está reunida em livro lançado pela Folha e Valor, em 2009, intitulado “Os desafios do crescimento – dos militares a Lula”.
“Um dos jornalistas mais brilhantes e respeitados do país. Profissional completo, seu nome estará sempre vinculado à grande capacidade de análise e compreensão da realidade brasileira. Com enorme talento, Celso Pinto ajudou a consolidar o jornalismo econômico no País”, afirmou o presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Paulo Jeronimo Sousa.