Por Claudia Sanches
07/05/2015
Aos 103 anos, morre o jornalista e escritor Luís Antônio Pimentel, na madrugada do dia último dia 6 de maio no Hospital Estadual Alberto Torres, em São Gonçalo, onde foi internado para se recuperar de uma pneumonia. O velório foi realizado na Câmara Municipal, na Avenida Amaral Peixoto.
Conhecido como “a memória de Niterói”, o jornalista mudou-se da cidade de Miracema aos dois anos para o município fluminense, onde aprendeu o ofício de entalhador e marceneiro na escola, em que foi homenageado com uma placa, além de ter seu nome nas escadarias da Biblioteca Pública de Niterói.
O escritor, integrante da Academia Fluminense de Letras, começou sua carreira nas redações aos 18 anos, no extinto Diário de Notícias, em 1935. Pimentel foi para o Japão com uma bolsa de estudos, e na volta, trouxe seu livro “Namida no kito”, de 1940.
Na década de 1980, o escritor, poeta e jornalista Luís Antônio Pimentel comandou a luta vitoriosa que levou à implosão, em 1989, do esqueleto de 13 andares do prédio onde seria instalado o Palácio da Justiça de Niterói. Vinte anos depois, foi reconstruída ali a Praça da República com suas características originais, recompondo o casario histórico da Avenida Amaral Peixoto onde também estão os prédios históricos do antigo fórum, a Câmara Municipal, o Liceu Nilo Peçanha e outros.
Durante sua trajetória profissional, que inclui passagem pelos jornais Correio Fluminense, Diário da Manhã e o Diário Fluminense, escreveu15 livros, entre eles “Contos do velho Nipon” (1940), “Tankas e haicais” (1953) e “Cem haicais eróticos e um soneto de amor nipônico” (2004).
— Niterói perde o símbolo da sua cultura e um dos seus mais importantes historiadores — lamentou o presidente da Câmara Municipal, Paulo Bagueira.