28/01/2022
Amigos lamentam a morte da jornalista Diana Aragão
A jornalista Diana Aragão formou-se pela UFRJ, indo trabalhar no Caderno de Turismo do JB. Em seguida, tornou-se crítica de música no Caderno B e depois no Segundo Caderno de O Globo. Trabalhou ainda na Funarte, como assessora de imprensa e escreveu o livro Marlene, a incomparávelsobre a cantora da Rádio Nacional que fez sucesso mundial, lançado em 2012. Desde junho de 2020, integrava a Diretoria de Cultura da ABI e publicou no site diversas matérias que assinou como crítica, principalmente dos shows de Roberto Carlos, sua paixão, Maria Bethânia, amiga querida, e muitos outros cantores. Ela foi casada com o jornalista Carlos Lemos, já falecido, de quem se separou na década de 1980.
Histórias do Baixo Leblon – Vera Perfeito – Diretora de Cultura da ABI.
Eu e Diana Aragão voltamos a nos encontrar com frequência quando fui substituir na diretoria de Cultura o saudoso Jesus Chediak que nos deixou no início da pandemia derrotado pela Covid. Diana estava feliz de novamente escrever sobre música, mas com o lockdown as salas de shows fecharam as portas. A saída foi publicar suas matérias antigas sobre os espetáculos que criticou, principalmente os de Roberto Carlos, sua grande paixão. Aliás, agradeço a ela tornar-me também fã do Rei.
Quando Diana começava a cantar “…e emoções eu vivi…” sabia que estava pronta para a balada, principalmente na década de 1980. Eram as “Noites de Luna”, título do livro que jamais chegamos a escrever sobre as nossas noitadas no bar do Leblon para onde seguiam jornalistas, artistas e o pessoal ligado às artes em geral. E era na parte interior, o chamado PINEL (isso mesmo, só tinha doido lá dentro), onde os intelectuais ou pseudos se encontravam. Parecia o Bar Esperança, filme do Hugo Carvana, onde todos se divertiam e saiam bebinhos, bebinhos.
Na mesa sempre estava o casal Ferreira Gullar e Teresa Aragão. Ele com seu suco de laranja e ela com o uísque ou chope bem como Diana, eu e João, meu marido. Batiam ponto Dias Gomes, os cineastas da moda, artistas e modelos, enfim todos os colunáveis boêmios da época. O Rio era uma festa, como diria Hemingway. E uma noite depois de sair do Luna, Diana se descuidou e deixou que voassem pela janela do meu carro as anotações que fizera do show de Roberto no Canecão. Já eram mais de cinco da manhã e não tive dúvidas em descer em plena Avenida Copacabana para sair catando as laudas do JB implorando que os ônibus não me atropelassem. Deu certo. E ao voltar para o veículo ouço minha querida amiga cantando, tranquilamente, “e emoções eu vivi”, o que derreteu a minha raiva.
E assim era a Didi sempre amiga e por perto. Despediu-se de mim em setembro, quatro meses antes de partir, para me avisar do câncer, “mas é pequeno, vou operar para retirar e com a quimio ficarei boa. Nem pense em ficar preocupada”. Foram as últimas palavras. Internou-se e na primeira quimio o organismo não reagiu bem. Dali em diante nada mais poderia ser feito.
Ainda arriscou um “Como vai o casal¿” em um grupo de whatsapp do antigo JB. Respondi. Pedi à irmã médica, que sempre nos deu notícias, para falar com ela que não quis. Respondeu que ia chorar muito se falasse comigo. Agora quem está chorando Didi sou eu, mas logo mais vou cantar “emoções eu vivi”, ao som de Roberto e de um bom vinho. Rir e lembrar como quando nos encontrávamos. E beijos no Peter, Artur e Arcoverde, nossos amiguinhos de farra.
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Norma Couri – Diretora da ABI
Ah! Di! Colega, amiga, nossa história no Jornalismo começa a perder testemunhas e afetos. Di querida.
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Beatriz Chargel – conselheira da ABI
Que notícia triste.
E lá se vai nossa amiga Diana Aragão.
Mas deixa aqui muitas histórias bacanas que não vamos esquecer
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Livia Ferrari – conselheira da ABI
Meu Deus! Que notícia horrível !!!
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Regina Zappa – conselheira da ABI
Gostava muito da Diana. Sempre a consultava sobre música e músicos. Que tristeza perder alguém assim..
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Sandra Chaves
Vera querida, estou pasma com a morte da Diana. Que lástima!
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Cristina Serra – conselheira da ABI
Que a Diana descanse em paz. Não convivi com ela, mas sei o quanto é querida. Meus sentimentos a todos os amigos. 😰🌷🌿
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Graça Lago – conselheira da ABI
Pois é, muito triste
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Cilea Gropillo
Diana era uma pessoa especial em nossas vidas . Companheira, sempre atenta aos nossos problemas , e sempre quereNdo ajudar
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Deborah Dumar
Vera. Um grande abraço pra vc.
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Vera Perfeito: Tania Malheiros
Como é bonita uma pessoa assim, que ajuda sem cobrar nada. Ufa! Diana Aragão para sempre!!!!!
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Cristina Piazek
@Vera Perfeito amiga querida, as lembranças vêm aos borbotões. A que se sobrepõem é a dos encontros no Bar Luiz e outros, com você, Zé Luiz, Dacio Malta, Perin, Arturzinho, Peter, Diana e outros queridos que a emoção trava minha memória.
Um abraço muito apertado, com muito carinho.