As autoridades brasileiras ainda não explicaram por que a Polícia Federal (PF) barrou a entrada do jornalista moçambicano Jeremias Vunjanhe no país, no dia 12 de junho. Mas ele conseguiu outro visto e está de voltando ao Brasil para acompanhar a Rio + 20. O ativista tinha sido convidado para participar de um evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável.
A informação de que Vunjanhe conseguiu nova permissão de entrada no Brasil foi dada à BBC pela ONG Justiça Ambiental, para a qual o jornalista coordena uma campanha contra a atuação da Vale em Moçambique.
Quando foi barrado pela PF de São Paulo, Vunjanhe trazia consigo o visto com validade de 90 dias e a carta-convite para participar da Cúpula dos Povos, além do comprovante de hospedagem. O jornalista conseguiu o novo visto na Embaixada brasileira em Maputo, capital de Moçambique.
A missão de Vunjanhe é divulgar as ações da mineradora brasileira no 3º Encontro Internacional de Atingidos da Vale, que será realizado na Cúpula dos Povos. Segundo informações da Folha Online, em Moçambique a companhia explora uma das maiores minas de carvão a céu aberto do mundo.
A abertura da mina ocorreu em 2011, após o assentamento de 1 mil 365 famílias de agricultores. De acordo com denúncias da Justiça Global, a Vale não estaria cumprindo os acordos firmados durante as negociações, e alojado os moradores em local distante e sem infraestrutura de serviços básicos.
Em janeiro deste ano, as famílias promoveram um protesto e bloquearam a ferrovia por onde a Vale transporta a produção de carvão da mina para o porto da Beira, às margens do oceano Índico.
* Com informações da Folha Online e da BBC Brasil.