11/05/2016
A agência de notícias AFP postou que o ministro das Finanças da França, Michel Sapin, reconheceu que agiu de maneira inadequada com uma jornalista, após denúncias publicadas no livro L’Elysée off, no mês passado. Sapin pediu desculpas por seu comportamento, mas insistiu que o “incidente” não deveria ser confundido com assédio ou abuso sexual.
Segundo a publicação, o político estava sendo pressionado desde a publicação da obra em abril, escrita pelos jornalistas Stéphanie Marteau e Aziz Zemouri. Ele é acusado puxar o elástico da calcinha de uma repórter durante o Fórum Econômico de Davos em 2015, quando ela se abaixou para pegar uma caneta.
Segundo a agência de notícias, no dia 22 de abril, o ministro negou as acusações, chamando-as de “inexatas e caluniosas” e voltou a desmenti-las em uma entrevista coletiva na última terça-feira, quando outro escândalo de assédio sexual fez com que o vice-presidente da Assembleia Nacional da França, Denis Baupin, renunciasse ao cargo.
Na noite dessa segunda-feira (10), Sapin emitiu um comunicado oficial no qual afirma que “as circunstâncias atuais” do caso Baupin “o obrigam a fornecer, com toda transparência, as precisões necessárias” sobre os fatos mencionados no livro.
“Durante uma estadia em Davos em janeiro de 2015, em meio a 20 pessoas, fiz a uma jornalista um comentário sobre suas roupas colocando minha mão em suas costas. Não havia em minha atitude nenhuma vontade agressiva ou sexista, mas o simples fato de ter ofendido essa pessoa demonstra que essas palavras e esse gesto eram inapropriados e eu senti e sinto muito”, escreveu o ministro.
“Nos minutos que se seguiram, a jornalista pediu para se encontrar comigo sozinha para me transmitir sua indignação. Evidentemente eu apresentei a ela minhas mais sinceras desculpas”, acrescentou.
A AFP acrescenta que, além do relato descrito no livro, o episódio também foi citado, sem se referir a nomes, em um manifesto assinado por 40 mulheres jornalistas na França, publicado em maio de 2015. As autoras disseram que o sexismo existia em todos os partidos e, enquanto a política continuasse sendo conduzida apenas por homens em seus 60 anos, nada mudaria.