Com a morte do repórter René Orta Salgado no domingo, 13 de maio, este mês chegou a 100 o número de vítimas da guerra dos cartéis do narcotráfico no México. Há registros de que 80 jornalistas tenham sido mortos no país desde o ano 2000. René foi o quinto jornalista assassinado nos últimos 15 dias. Ele foi encontrado morto na parte traseira do seu carro no estado de El Morelos, conforme noticiou o jornal espanhol El País.
René Orta Salgado trabalhava para o jornal El Sol de Cuernavaca. Em dezembro do ano passado, ele trocou a atividade jornalística para liderar um grupo político chamado Empreendedores da Nação, que apóia o candidato do à Presidência da República pelo Partido Revolucionário Institucional (PRI).
Os crimes cometidos contra jornalistas e os atentados às sedes dos veículos de comunicação é uma terrível demonstração de que a liberdade de imprensa sofre sérias ameaças no México. Esta constatação veio na mesma data da morte de René Orta Salgado, quando o jornal El Mañana, que circula em Nuevo Laredo (cidade localizada no Norte do México) publicou um editorial informando aos leitores que iria deixar de publicar, por tempo indeterminado, notícias sobre os atos de violência provocados pelas disputas dos cartéis do tráfico de drogas.
A sede do jornal foi atingida por tiros e explosivos e o veículo, no editorial, pede a compreensão dos leitores para essa tomada de decisão, de “não publicar qualquer informação relacionada às disputas violentas que atingem a nossa cidade e outras regiões do país”.
A violência que os narcotraficantes estão impondo aos veículos de imprensa e aos jornalistas mexicanos seria uma espécie de retaliação contra a política de combate à criminalidade adotada pelo Presidente Felipe Calderón, em 2006. Segundo o Globo Online, a guerra do narcotráfico já deixou um rastro de 50 mil assassinatos e silenciou muitos jornalistas, que temem por suas vidas e pela integridade das suas famílias.
* Com informações do El País e Globo Online.