Por Igor Waltz*
20/12/2013
Apontado como o mandante da morte do jornalista Auro Ida, em Cuiabá, Mato Grosso do Sul, o empresário Rubens Alves de Lima, de 32 anos, se entregou à Justiça na tarde da última quinta-feira, 19 de dezembro, após permanecer foragido por dois anos. O réu chegou ao Fórum da capital acompanhado pelo advogado Jesuíno de Farias e seguiu para o gabinete da juíza Maria Aparecida Ferreira Fago, da 12ª Vara Criminal. Rubens é o terceiro acusado de envolvimento no homicídio e está com a prisão preventiva decretada desde a época do crime. Outros dois réus já foram condenados pelo assassinato do jornalista.
Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), o acusado teria mandado matar Auro Ida por motivação passional, já que o jornalista estava namorando sua ex-mulher. Em depoimento à juíza, Rubens negou qualquer participação no crime e se disse “injustiçado”. Também declarou que vem sofrendo ameaças desde que a polícia o apontou como responsável pelo planejamento do homicídio e contratação do executor.
O promotor Carlos Bulhões, que acompanhou o depoimento, diz que há provas suficientes para condená-lo, com aconteceu com os outros dois levados a júri. Pesa sobre Rubens Lima a declaração de uma testemunha que diz ter ouvido um telefonema feito por ele enquanto estava na praça do bairro. A ligação teria ocorrido logo depois de sua ex-esposa deixar o local para se encontrar com Auro Ida. O conteúdo da conversa seria: “E aí, fica esperto que o ‘marmota’ tá vindo aí”.
Rubens está denunciado por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e meios que impossibilitaram a defesa da vítima). O advogado Jesuíno Farias recorreu da pronúncia a júri e pediu a revogação da preventiva que o possa responder em liberdade. A juíza negou.
O caso
Auro Ida foi assassinado a tiros no dia 21 de julho de 2011, dentro do carro, quando deixava a namorada em casa, no Bairro Jardim Fortaleza, na capital. Foram efetuados seis disparos e dois deles atingiram a vítima. O MPE afirma que, como Ida frequentava o bairro há certo tempo, moradores da região sabiam que ele mantinha relacionamentos com mulheres daquela área.
O MPE afirma que, por esse motivo, Rubens, juntamente com Alessandro da Silva Paz e um adolescente, na época com 17 anos que era namorado de uma ex-namorada de Auro, teriam contratado Evair Peres por R$ 1,5 mil e mais uma pistola (usada no crime) para matar Auro.
Tanto Evair como Alessando foram condenados a 16 anos de prisão e já cumprem sentença.
* Com informações do G1 e do Diário de Cuiabá.