O jornal francês Le Monde publicou, na última quinta-feira, dia 1, um artigo no qual acusa o serviço secreto do país de ter acessado ilegalmente as ligações telefônicas do jornalista Gérard Davet, em julho de 2010. A intenção seria descobrir as fontes do repórter, que investigou o possível financiamento ilícito da campanha de Nicolas Sarkozy, Presidente da França.
A revelação surgiu um dia após do lançamento do livro “Sarko mua tuer” (Sarko matou-me), no qual a juíza Isabelle Prévost-Desprez, diz que uma enfermeira teria visto Sarkozy receber 150 mil euros para financiar sua candidatura.
A nota do
Le Monde informa que a intervenção da Direção Central de Informações do Estado (Drci), por meio de registros obtidos ilegalmente junto à operadora telefônica Orange, tinha o objetivo de eliminar as fugas de informação para a imprensa em torno do caso.
A Drci conseguiu, por meio dos registros detalhados das chamadas, identificar a fonte do repórter, um conselheiro do Ministério da Justiça, que foi demitido e enviado para a Guiana Francesa.
Le Monde e Davet apresentaram duas queixas conjuntas à Juíza Sylvia Zimmermann. Os pedidos foram feitos em caráter de urgência, já que os registros não permanecem nas operadoras por mais de um ano. Cerca de um mês depois, as queixas chegaram até a comissão da polícia, com a ordem de encontrar provas do acesso ilegal aos dados.
Um inquérito preliminar aberto pela Procuradoria de Paris conseguiu encontrar dois documentos “confidenciais”, enviados à Orange por Stéphane Tijardovic, comissário da Drci, que é liderada por Bernard Squacini, agente da polícia com contato próximo ao Governo francês.
O Presidente Nicolas Sarkozy, por meio de seu gabinete, negou qualquer envolvimento com o ocorrido e indicou que isso tudo é uma tentativa de impedir sua reeleição em 2012.