Por Claudia Sanches
06/05/2016
Luis Angel Bravo, procurador do Estado de Veracruz, no México, informou, nesta quinta-feira (05) que a jornalista Anabel Flores Salazar, sequestrada e morta por um grupo de homens em 8 de fevereiro deste ano, foi assassinada em razão de “algumas publicações que afetaram os interesses de um grupo criminoso” da região.
Nesta semana, mais um suspeito de envolvimento na morte da jornalista foi detido. Logo após o crime, a polícia prendeu um dos líderes do cartel de Los Zetas, também acusado de participação na morte de Anabel.
Segundo El País, a jornalista escrevia para os jornais El Sol de Orizaba e El Buen Tono. À época, o diretor do segundo veículo declarou que o trabalho de Anabel não tinha afetado os interesses dos cartéis de drogas, por isso não via ligação da morte dele com o tráfico. No entanto, o procurador de Veracruz Luis Angel Bravo discorda, mas sem dar detalhes sobre quais informações publicadas por ela possam ter desencadeado o crime.
O Estado de Veracruz é um local importante para as ramificações do tráfico de drogas, de pessoas, prostituição, sequestro, extorsão e roubo de combustível. Desde 2000, de acordo com dados da ONG Repórteres Sem Fronteiras, 16 jornalistas foram mortos na região. Dados de Artigo 19, mostram que em todo o México 92 profissionais de imprensa foram assassinados e há 23 desaparecidos, tornando o país um dos mais perigosos para o exercício do jornalismo no mundo.
Mãe de dois filhos
Anabel era especializada no noticiário policial, e havia colaborado recentemente com pequenos jornais de Orizaba, cidade veracruzana de 120.000 habitantes. A repórter tinha 27 anos e era mãe de um bebê recém-nascido e de outro menino de aproximadamente quatro anos.
Fonte: El País