A Justiça de São Paulo decretou nesta quinta-feira, 30 de setembro, que o jornalista Pimenta Neves terá que pagar uma indenização no valor de R$ 220 mil aos pais da também jornalista Sandra Gomide, que foi assassinada por ele há dez anos. A defesa informou que vai recorrer para tentar reduzir o valor, que ao ser reajustado pode ultrapassar os R$ 400 mil.
A sentença anunciada nesta quinta-feira em segunda instância ocorreu depois da apreciação de um recurso iniciado em 23 de setembro, quando um tribunal em primeira instância decidiu que a indenização seria no valor de R$ 75 mil para cada um dos membros do casal Gomide, pais de Sandra, que recorreram exigindo um valor maior do que R$ 150 mil.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, o caso foi levado ao julgamento de três desembargadores. Dois votaram a favor do pedido da família, mas o terceiro desembargador, Vito Guglielmi, achou que o valor requerido era alto e pediu vistas do processo para analisar a questão.
No seu despacho o desembargador Vito Guglielmi propôs que o valor da indenização fosse reduzido para R$ 110 mil para cada um dos pais, acrescido de correção monetária a contar da data do crime, que ocorreu há dez anos. A proposta foi aceita pelos pais de Sandra e a sentença então foi concluída na manhã de hoje.
O advogado José Alves de Brito Filho, que defende Pimenta Neves, disse que o seu cliente não tem como pagar a indenização, pois tem um ganho mensal de cerca de R$ 2 mil 800. Ele atacou o pedido de indenização feito pelos pais da jornalista assassinada: “Pra mim sofrimento e dor não devem ser causa de enriquecimento ilícito”, afirmou o advogado.
Recentemente, Sergei Cobra Arbex, advogado de João e Leonilda Gomide, contou que os pais da jornalista estão muito doentes, sustentando-se à base de antidepressivos e enfrentando sérias dificuldades financeiras.
Pimenta Neves matou Sandra Gomide com dois tiros pelas costas, no dia 20 de agosto de 2000. Quatro dias depois, confessou o crime. Em maio de 2006, foi condenado por um júri popular a 19 anos de prisão, mas teve a pena reduzida para 15 anos. Desde então, por meio de sucessivos recursos, vem-se mantendo em liberdade.
* Com informações da Folha Online.