Justiça espanhola determina fechamento da emissora RTVV


Por Cláudia Souza*

29/11/2013


Estúdios da RTVV nos momentos antes do corte (Foto: EPA)

Estúdios da RTVV nos momentos antes do corte (Foto: EPA)

O Tribunal Superior de Justiça da Comunidade de Valência, na Espanha, determinou  nesta sexta-feira, dia 29, o despejo “imediato” da Rádio Televisão Valenciana (RTVV) de suas instalações na cidade de Burjassot, “de forma voluntária ou, com o uso de força policial.”

A Justiça deu parecer favorável ao relatório da Procuradoria do Estado, com base em medidas cautelares solicitadas pela comissão de liquidação da RTVV, nomeada na quinta-feira, 28, pelo governo regional.

Os funcionários da Radio Televisão Valenciana (RTVV) conseguiram impedir o corte do sinal da emissora durante a madrugada desta sexta-feira, quando um técnico contratado pelo governo regional esteve no local para bloquear a transmissão.

Logo depois, cerca de 30 policiais cercaram o prédio e entraram na emissora pelo portão dos fundos, dando cumprimento à decisão judicial. Os agentes retiraram os trabalhadores que permaneciam no local e encerraram a transmissão.

Em solidariedade aos 24 anos de fundação da RTVV, diversas emissoras de TV, incluindo a nacional RTVE e a regional da Galiza, mantiveram o sinal da emissora no ar até o momento do corte. Dezenas de veículos online retransmitiram o sinal. Mensagens de apoio aos trabalhadores da RTVV multiplicaram-se nas redes sociais.

Demissão coletiva

O governo de Valência anunciou em novembro último o fechamento da Radio Televisão Valenciana (RTVV), após a decisão judicial que declarou nulo o processo de demissão coletiva dos cerca de mil trabalhadores do canal.

O Tribunal Superior de Justiça da Comunidade Valenciana (TSJCV) anulou o ERE (modelo usado em Espanha para demissão coletiva), e ordenou a reintegração dos trabalhadores, classificando o caso como “violação dos direitos fundamentais dos empregados.”

O governador Alberto Fabra afirmou que não teria verba para assumir a sentença judicial de reintegração dos trabalhadores demitidos. O governante explicou que a reintegração implicaria em um gasto de 40 milhões de euros e defendeu o fechamento da emissora como única solução.

*Com informações do Jornal de Notícias, TVI 24