Justiça dos EUA exige quebra de sigilo da fonte


26/05/2011


James Risen, repórter do New York Times, autor de um livro sobre a CIA publicado em 2006 e vencedor do Prêmio Pulitzer, foi convocado por um Procurador, quue está em acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, para testemunhar contra um ex-agente de inteligência que supostamente teria sido sua fonte.
 
James Risen, segundo a AFP, já afirmou no jornal que se nega a declarar. “Sempre protegerei as minhas fontes, para mim se trata de um combate pela liberdade de expressão, pela liberdade de imprensa”, disse.
 
O centro do caso é a revelação feita por Risen no livro “Estado de guerra: a história secreta da CIA e do governo Bush”  da existência de uma operação confidencial da CIA sobre as capacidades bélicas nucleares do Irã.
 
A fonte do jornalista pode ter sido Jeffrey Sterling, um afro-americano de 43 anos acusado em um Tribunal Federal do estado da Virgínia(EUA) de ter contado detalhes desta operação. Sterling está detido desde janeiro último, e pode ser condenado à prisão.
 
O Promotor do caso considera que a convocação de Risen como “testemunha é totalmente pertinente para determinar os fatos diretamente ligados ao caso e à identidade do culpado”. Por outro lado, ele nega que o jornalista goze de tal privilégio, “nem em virtude da liberdade de imprensa nem em virtude das leis gerais”, e argumenta que Risen deve ser convocado a depor sob juramento.
 
Na hipótese de o Juiz validar a intimação, o jornalista pode ser acusado de desacato à ordem judicial. Em 2005, outro repórter do New York Times permaneceu preso durante três meses por se negar a revelar as fontes em um caso semelhante.

*Com agências internacionais.