03/10/2016
A Folha de S.Paulo publicou, neste domingo (2), que o voto da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em Porto Alegre, foi marcado por confusão. A imprensa foi proibida de acompanhar Dilma na sua seção eleitoral, no colégio Santos Dumont, na zona sul da capital, perto de sua residência.
A Brigada Militar (a Polícia Militar gaúcha) barrou a entrada da escola. A ordem foi dada pelo juiz eleitoral Niwton Carpes da Silva, da 160ª zona eleitoral, que estava no local. Uma porta foi quebrada durante o tumulto.
Segundo o jornal, os policiais também tentaram evitar que o ex-ministro Miguel Rossetto (PT) e o candidato à prefeitura de Porto Alegre, Raul Pont (PT), acompanhassem Dilma.
“Sempre votei aqui. Nunca houve isso. Nunca a Brigada foi chamada, nunca fecharam as portas”, disse Dilma à imprensa. “É lamentável”, completou a petista.
O escrivão do TRE-RS (Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul), Luiz Carlos Braga, alegou que, por ser ex-presidente, Dilma não tem direito a nenhum esquema especial. “É uma cidadã comum”, afirmou Braga.
De acordo com ele, uma “ordem verbal” foi dada pelo juiz eleitoral Niwton Carpes da Silva, para que a imprensa não acompanhasse a ex-presidente. O juiz repetiu os argumentos à imprensa.
“Que eu sou uma cidadã comum, eu sou com muito orgulho. Há que ter orgulho de ser cidadã ou cidadão nesse país”, disse Dilma.
A Folha acrescentou que a proibição da entrada dos políticos petistas que acompanhavam Dilma foi justificada porque “eles não votam na seção de Dilma”.
“Acho um absurdo. Acho antidemocrático”, disse Dilma sobre proibir a entrada da imprensa.
“Fui empurrado, mas não fui ferido”, disse Raul Pont, que tinha uma mancha de sangue na manga direita de sua camisa.
A vice da chapa de Pont, Silvana Conti (PCdoB), saiu mancando da escola e contou ter levado um chute na perna. De acordo com ela, um policial foi i autor da agressão.
O deputado federal Henrique Fontana (PT-RS) acusou as autoridades de “censura”, por impedir o registro do voto de Dilma.
Na chegada, Dilma foi recebida com flores vermelhas. A militância gritou “Fora, Temer”.