Por Igor Waltz*
13/06/2014
Protestos contra os elevados gastos com a Copa do Mundo em várias cidades nesta quinta-feira, 12 de junho, resultaram em pelos menos seis jornalistas feridos e diversos manifestantes presos. O caso mais grave foi o do fotógrafo da Reuters Sérgio Moraes, de 52 anos, que sofreu traumatismo craniano leve ao ser atingido na cabeça por um artefato ainda não identificado durante um confronto entre policiais e manifestantes em Belo Horizonte.
O fotógrafo está em observação no Hospital João XXIII e seu quadro é estável. “Eu estava com o capacete preso na cintura, tinha tirado ao ver que o protesto andava tranquilo, sem problemas. Mas uma hora eles começaram a botar fogo em uma bandeira do Brasil, perto de uma construção, e só senti a pancada na cabeça. Dei azar”, disse Moraes, que foi levado por colegas até um carro da polícia, e de lá levado ao pronto-socorro.
Na capital mineira, agências bancárias foram depredadas e um carro da polícia civil foi virado na Praça da Liberdade, na região central da cidade. Os policiais revidaram com bombas de gás lacrimogêneo.
Já em São Paulo, próximo ao local onde o Brasil fazia sua estreia contra a seleção da Croácia, pelo menos quatro jornalistas sofreram agressões durante o confronto entre as forças de seguranças e manifestantes. Os manifestantes marchavam em direção ao estádio-sede da abertura do Mundial, na Zona Leste, e a polícia disparou bombas para dispersar a multidão.
Douglas Barbieri, assistente de câmera do SBT, foi atingido no rosto por estilhaços de bomba, mas seguiu trabalhando com curativos. A emissora também teve um carro depredado e no bairro do Tatuapé, na Zona Leste. Um grupo quebrou o vidro dianteiro e roubou uma câmera e a mochila com os documentos do cinegrafista Aílton Silva, além do celular do motorista.
Já o jornalista argentino, Rodrigo Abd, da agência de notícias Associated Press, se machucou na perna durante o confonto. Ele disse que tentou correr durante a confusão e sentiu uma pancada na perna. Ambos portavam identificação estavam com equipamentos de segurança.
A correspondente Shasta Darlington e a produtora Barbara Arvanitidis, da televisão norte-americana CNN, também ficaram feridas por estilhaços de bombas de efeito moral. Barbara foi atingida no pulso e precisou ser retirada do local de maca e Shasta sofreu um pequeno corte no braço. Ambas foram liberadas após atendimento médico. A Polícia Civil vai apurar o caso.
De acordo com a GloboNews, o cinegrafista de uma televisão francesa também foi atingido por um disparo de bala de borracha na perna.
Houve protestos também em outras capitais, como Rio, Fortaleza, Manaus, Salvador e Porto Alegre.
*Com informações do UOL, G1, Notícias da TV e Brasil Post.