Jornalistas refugiados no Brasil contam sua história


03/02/2021


FOTO: Adriano Vizoni/Folhapress

Por meio de uma iniciativa conjunta inédita, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), o jornal Folha de S.Paulo e o Museu da Imigração lançam no dia 3 de fevereiro a exposição fotográfica “Quem conta essa história: jornalistas refugiados ou refugiados jornalistas?”.
Composta por fotos, textos e recursos audiovisuais produzidos pela Folha e pelo ACNUR, a exposição relata os motivos do deslocamento forçado, a trajetória e o processo de integração de quatro jornalistas. Conforme contam os repórteres da Folha de S.Paulo, Carlos, Claudine, Kamil e Victorios tiveram que deixar respectivamente a Venezuela, República Democrática do Congo, Turquia e Síria em busca de proteção internacional no Brasil. Eles buscam reconstruir suas vidas com dignidade, sem deixar para trás os profissionais que são.
“Os relatos destes jornalistas conferem materialidade, rosto e sentimentos aos dados dos rankings de liberdade de imprensa e nos ajudam a entender como se dá, na prática, a intimidação de governos contra meios de comunicação e seus profissionais”, relata Flávia Mantovani, jornalista da Folha e uma das coordenadoras do projeto.
“Para nós, jornalistas que os entrevistamos, escutá-los foi uma experiência intensa, de identificação imediata, porque eles falam de um universo que nos é totalmente familiar. Ao ouvi-los contar o que passaram, era impossível não pensar que poderia ter acontecido o mesmo conosco e com outros colegas”, complementa.
No dia anterior à abertura oficial, ACNUR, Folha e Museu da Imigração promoverão um diálogo sobre a construção de pautas humanitárias no jornalismo, voltado para jornalistas e estudantes de comunicação de todo o Brasil. Na ocasião, será lançado o “Guia de Cobertura Jornalística Humanitária do ACNUR”, uma publicação que orienta profissionais e estudantes sobre a produção responsável de conteúdos sobre o tema do deslocamento forçado. Um dos jornalistas retratados na exposição também estará presente no evento.
“A contínua formação de profissionais de comunicação no Brasil e no mundo é um elemento fundamental para assegurar que as pessoas refugiadas, que buscam proteção por conta de guerras, perseguições e violações de direitos humanos, sejam compreendidas pela população dos países de acolhida. Os jornalistas retratados na exposição evidenciam as dificuldades de quem teve que abandonar seus países em razão de opiniões políticas, afirma Jose Egas, Representante do ACNUR no Brasil.
A exposição integra as celebrações de dois marcos temporais relevantes: os 70 anos do ACNUR (completados no dia 14 de dezembro de 2020) e os 100 anos da Folha de S.Paulo (em 19 de fevereiro de 2021).
A exposição estará no Museu da Imigração entre os dias 3 de fevereiro e 30 de maio, podendo ser visitada de quarta a domingo, das 11h às 17h – de acordo com as condições de visitação em decorrência da vigente pandemia da Covid-19, que incluem o fechamento da instituição nos dias 6 e 7 de fevereiro.
“Além de preservar as histórias das famílias que passaram pela Hospedaria do Brás, a proposta do Museu da Imigração abarca também reflexões acerca dos fluxos migratórios contemporâneos. Diante disso, a temática do refúgio é inerente às nossas programações, aproximando o público da realidade nos países de origem e da importância do acolhimento e respeito no destino. Para garantir uma visitação segura, o Museu implantou diferentes medidas preventivas, como aferição de temperatura e estação de higienização na entrada, obrigatoriedade do uso de máscara e disponibilização de álcool em gel nos espaços”, comenta Alessandra Almeida, diretora executiva do Museu da Imigração.

Links de referência da exposição:
. Visite a página do ACNUR da exposição em www.acnur.org/portugues/jornalistasrefugiados
. Saiba mais sobre as histórias dos jornalistas refugiados em folha.com/jornalistasrefugiados
. Conheça os projetos do centenário da Folha de S.Paulo em folha.com/folha100anos
. Visite a página do Museu da Imigração: museudaimigracao.org.br

Abertura da Exposição “Quem conta essa história: jornalistas refugiados ou refugiados jornalistas?”
Dia 3 de fevereiro, a partir das 11h (até o dia 30 de maio)
Local: R. Visconde de Parnaíba, 1316 – Mooca, São Paulo/SP
Público: qualquer pessoa interessada no tema (classificação indicativa: 16 anos)
Ingressos online: https://museudaimigracao.org.br/visite-o-museu