Jornalistas e escritores exigem fim da escalada
da violência no México


Por Cláudia Souza*

18/08/2015


Jornalistas e escritores protestam contra mortes de jornalistas no México (Foto: Tomas Bravo / Reuters)

Jornalistas e escritores protestam contra mortes de jornalistas no México (Foto: Tomas Bravo / Reuters)

Cerca de 500 jornalistas e escritores de vários países assinaram documento enviado ao presidente do México, Enrique Peña Nieto, exigindo o fim dos assassinatos de profissionais da imprensa no país. Entre os signatários, estão Jon Lee Anderson, biógrafo de Che Guevara, os jornalistas brasileiros Caco Barcellos e Dorrit Harazim, e os escritores Salman Rushdie e Paul Auster. O documento pede ainda a “revisão imediata dos mecanismos para a proteção de jornalistas e o compromisso efetivo do governo para garantir a liberdade de expressão no México”.

O protesto foi motivado pelo assassinato do fotojornalista Rubén Espinosa no último dia 1º, quando o corpo do profissional de imprensa e de quatro mulheres foram localizados pela polícia com marcas de tortura e tiros em um apartamento no bairro de Narvarte, na capital mexicana.

Integrantes do Pen Club International e do Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ), endossaram a manifestação de escritores e jornalistas: “Exigimos o esclarecimento imediato e efetivo dos assassinatos de Rubén Espinosa e da enorme quantidade de jornalistas no México que morreram como ele, e uma investigação que não favoreça possíveis envolvidos”, afirmaram os membros das duas entidades.

De acordo com dados da ONG Repórteres Sem Fronteiras(RSF), desde 2005, mais de 80 profissionais de imprensa foram assassinados, e 17 continuam desaparecidos no país.

Em junho último, Rubén Espinosa teria deixado o estado de Veracruz, pela segunda vez em cinco anos, após receber ameaças de pessoas supostamente ligadas a políticos locais, de policiais e de traficantes.

— A consequência dos crimes contra jornalistas é uma comunidade menos informada.  Com isso, há menos transparência e, ao final, menos democracia, afirmou Carlos Lauría, coordenador do Programa para as Américas do CPJ.

*Fonte: O Globo