26/02/2015
Os três jornalistas do canal de televisão catariano Al Jazeera detidos na tarde de quarta-feira, 25 de fevereiro, por pilotar um drone em um parque de Paris foram postos liberdade na madrugada desta quinta, dia 26, de acordo com a Promotoria do país. Um porta-voz ressaltou que “não há qualquer relação” entre estes três jornalistas e o sobrevoo noturno de drones sobre pontos emblemáticos e sensíveis de Paris, na madrugada de terça.
As autoridades não revelaram a identidade dos três jornalistas, apenas suas idades: 34, 52 e 68 anos. O primeiro, que trabalha no escritório da emissora em Paris, recebeu em novembro o drone do escritório de Londres e contratou os outros dois profissionais independentes para realizar a reportagem. Era ele quem teleguiava o drone, enquanto um de seus colegas filmava o aparelho e o terceiro falava na reportagem. O drone foi apreendido.
As detenções ocorreram num momento em que a polícia francesa investiga sem êxito há vários meses sobrevoos misteriosos de veículos aéreos não-tripulados sobre instalações estratégicas, como usinas nucleares e uma base de submarinos, e sobre a sede da presidência francesa. Nesta semana, durante duas noites consecutivas, foram avistados vários drones cruzando o céu em torno da Torre Eiffel, das praça da Bastilha e da Concórdia e – o que mais preocupa – da embaixada americana.
A justiça francesa abriu uma investigação, mas porta-voz da Promotoria afirmou que não há “nada” por enquanto que permita descobrir o piloto ou os pilotos que teleguiaram à distância essas aeronaves.
O espaço aéreo de Paris é sujeito a um controle estrito que, de fato, impede qualquer aeronave o sobrevoo sem as permissões regulamentares. Essa proibição afeta também as duas florestas situadas nos dois extremos oeste e leste da cidade, o de Boulogne (no qual aconteceu a detenção dos jornalistas) e o de Vincennes.
* Com informações das agências Efe e AFP.