Jornalista se diz ameaçado e pede apoio da ABI

O jornalista Toni Marins encaminhou à ABI pedido de apoio para um caso de violação do direito de liberdade de imprensa e de expressão, do qual se diz vítima devido ao artigo “Tatuagem e câncer de pele”, que escreveu para o jornal online O Rebate, de José Milbs, um dos mais tradicionais de Macaé-RJ. Toni também apresentou à Casa denúncia de que o Sindicato dos Tatuadores do Brasil pressionou o site a retirar o texto do ar.

No artigo, Toni Marins defende que a prática da tatuagem seja regulamentada pelas autoridades médicas e sanitárias, porque, no seu entender, pode levar à doença. Segundo o jornalista, no mesmo dia em que o artigo foi publicado começaram a chegar dezenas de e-mails na redação, muitos deles com xingamentos, reclamando de sua posição em relação à tatuagem e acusando-o de “racista, nazista e preconceituoso”:
— Por meio de e-mail, entrei em contato com o Presidente do Sindicato dos Tatuadores, Antonio Carlos Ferrari, porque ele tinha sido o único que a se propor a um diálogo civilizado. Mas além de me ameaçar, afirmando que levaria o caso ao departamento jurídico, ele me questionou, dizendo que eu não deveria falar sobre o que não conheço. Sou vítíma do câncer de pele e acho um absurdo alguém fazer no próprio corpo uma coisa que só sai por meio de cirurgia.

O jornalista explica que resolveu pedir ajuda à ABI, da qual é sócio, porque quer que o caso seja analisado pela Comissão de Direitos Humanos e Liberdade de Expressão da entidade. E reclamou:
— Fizeram um complô para apavorar a mim e ao jornal. Sinto-me coagido e ameaçado covardemente. Nenhum dos leitores reclamantes quis manter um diálogo comigo para me perguntar sobre os meus motivos para escrever o artigo. Minha intenção ao escrevê-lo foi contribuir para que haja regras, procedimentos, normas, manual e registro profissional para os tatuadores.

Toni diz ainda que, apesar do momento democrático, o Brasil vive atualmente uma crise de autoridade e que, em relação ao jornalismo, “existe uma censura velada e coesa”:
— Eu lamento que o dono do jornal tenha se rendido às pressões que sofreu, retirando o meu artigo do ar. Ele também me sugeriu que eu fizesse um blog. Achei um comportamento lamentável, porque, no fundo, ele foi a primeira pessoa a cercear o meu direito à liberdade de imprensa e de expressão.

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