Por Claudia Souza e Claudia Sanches*
29/04/2015
O Tribunal Penal do Cairo, no Egito, absolveu nesta quarta-feira, dia 29, o fotojornalista egípcio Ahmed Gamal Ziada, e outras 12 pessoas acusadas de participarem de protestos violentos organizados por seguidores da Irmandade Muçulmana, em dezembro de 2013.
A promotoria egípcia acusou o profissional de imprensa de agredir a polícia e atacar a Faculdade de Comércio da Universidade de Al Azhar com coquetéis molotov. Por esses crimes, o tribunal condenou 17 pessoas a sete anos de prisão; 23 a cinco anos; seis a três anos; e outras oito a um ano de detenção. Todos foram julgados no mesmo processo.
Grupos defensores da liberdade de imprensa exigiram das autoridades a imediata soltura do cinegrafista, incluindo o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ – sigla em inglês) que solicitou, em setembro de 2014, a libertação de Ziada e de outros dez repórteres presos no Egito.
O jornalista canadense de origem egípcia Mohammed Fahmy, ex-funcionário do canal de TV Al Jazeera, que ficou preso no Egito durante 411 dias, criou uma fundação para defender a liberdade de imprensa no mundo, incluindo o caso de Ahmed Gamal Ziada.
Em março último, Ziada, que iniciou duas greves de fome durante o período de detenção, acusou autoridades de torturá-lo durante três dias na cadeia. O Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) visitou a prisão e verificou vestígios de espancamento nas costas da vítima. Contudo, funcionários do Ministério do Interior, e Abu Bakr Abdel Karim, representante do Departamento para os Direitos Humanos, negaram as acusações de espancamento dos prisioneiros e alegaram que Ziada tinha uma marca de nascença nas costas.
Fundamentalismo Islâmico
A Irmandade Muçulmana, que luta para estabelecer a sharia (leis do islamismo) como base para governos, é considerada precursora do fundamentalismo islâmico contemporâneo, que, a partir de cisões, deu origem a grupos mais violentos como o Hamas e a al-Qaeda. O objetivo do grupo é unificar os países de população muçulmana por opor-se às tendências de algumas nações islâmicas, entre as quais o Egito, o Líbano e o Marrocos.
*Fonte: Dailynews, www.thecairopost.com