25/07/2016
O jornalista líbio Abdul Qader Fassouk foi morto a tiros no último domingo (24/7), durante um combate entre milícias de Misrata e o grupo radical Estado Islâmico (EI), em Sirte, cidade do Golfo de Sidra, na Líbia. Segundo a Folha de S.Paulo, o fotógrafo brasileiro André Liohn viu o momento em que Fassouk foi atingido na cabeça e caiu. Ambos chegaram juntos ao front na cidade para registrar a ofensiva das milícias de Misrata contra as forças do Estado Islâmico que dominam a cidade desde agosto de 2015.
Os dois acompanhavam um grupo de guerrilheiros quando escutaram tiros. Com o barulho, o grupo deitou-se no chão, pois entenderam que um franco-atirador do EI tentava acertá-los. Menos o jornalista que preferiu ficar apoiado em um veículo. Uma bala atingiu a sua cabeça e ele morreu na hora.
Fassouk era um jornalista popular na Líbia. Trabalhava para o canal de TV Al Raed. Suas fotos das operações em Sirte foram publicadas pelo jornal “The New York Times” e pela agência Reuters.
Em 2012, ele e outro jornalista líbio foram sequestrados em uma cidade vizinha, Ben Walid, enquanto faziam uma reportagem sobre grupos que ainda apoiavam o regime do ditador Muammar Gaddafi mesmo após sua morte. A prisão dos dois jornalistas causou comoção nacional, e as tropas de Misrata atacaram a cidade para libertá-los.
Em 2011, quando cobria a revolta que levou à queda de Gaddafi, Fassouk foi atingido e ficou em estado crítico.
Na quinta (21), 22 pessoas morreram e 127 ficaram feridas em Sirte –entre elas o jornalista líbio Mohammed Agoub, que pisou em uma mina terrestre e teve ferimentos graves nas pernas e nos braços.