Jornalista é morta em suposto assalto na Colômbia no domingo, dia 27


Por Claudia Sanches

28/09/2015


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Nimia Peña Pedrozo

Em menos de um mês, outra profissional de imprensa, Nimia Peña Esther Pedrozo, 29 anos, morreu após ser baleada várias vezes durante uma aparente tentativa de assalto em Valledupar, na província de Cesar, na Colômbia, no último domingo. A repórter é o quarto profissional de imprensa assassinado no país em 2015.

De acordo com a agência EFE, Nimia tinha feito alguns trabalhos como freelancer para o jornal Vanguardia. Amigos da jornalista relatam que ultimamente ela estava trabalhando na campanha do candidato do partido Mudança Radical, Leo Bravo, para uma vaga no conselho da cidade de Valledupar. Segundo Adriana Hurtado, diretora da Federação Colombiana de Jornalistas, ela pode ter reagido a um assalto:

— Aparentemente, quando ela foi entrar em seu veículo, um homem tentou agarrar a bolsa. Como ela recusou-se a entregar os pertences, ele atirou várias vezes em suas costas. A jornalista chegou a ser levada para o hospital com vida, mas morreu durante uma cirurgia. Câmeras de segurança gravaram o assassinato da vítima. As imagens mostram que o assassino estava a bordo de uma motocicleta.

 

Quatro jornalistas mortos em 2015 na Colômbia

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Nimia Peña Pedrozo, Luis Carlos Peralta , Edgar Quintero, Flor Alba Nuñez

Entre as vítimas fatais estão o jornalista Luis Carlos Peralta Cuéllar, 63 anos, morto em fevereiro de 2015, diretor da estação de rádio ‘Linda Stereo’, que cobria regularmente assuntos ligados à corrupção. Outra vítima foi o repórter Edgar Quintero assassinado na cidade de Palmira, na Colômbia, em maço deste ano, da emissora Rádio Luna.

A repórter Flor Alba Núñez, de 25 anos, foi alvejada na cabeça no dia 10 de setembro em frente à emissora de rádio La Favorita, no bairro Pen, em Pitalito, Huila. Ela vinha recebendo ameaças por ter publicado reportagens denunciando as ações de criminosos. As mortes de Quintero e Peralta, Flor Alba e, Nimia Peña  se somam às centenas de jornalistas assassinados na Colômbia durante os últimos anos. Segundo números publicados pela FLIP (Fundação para a Liberdade de Imprensa, sigla em espanhol), no início de 2015, estima-se que 142 jornalistas colombianos tenham sido assassinados desde 1977, dos quais 67 casos já prescreveram, ou seja, não podem mais ir a julgamento. De acordo com Carlos Lauría, coordenador sênior do programa das Américas do CPJ, as autoridades devem atuar para garantir segurança a esses profissionais.

 

Pesquisadores trabalham com três hipóteses de fato. Câmera de vigilância registrou o momento exato do crime

As autoridades trabalham com três hipóteses sobre a morte do jornalista Nimia Pedrozo Esther Peña, 29, ocorrida na manhã de domingo em Valledupar. O Ministério Público seguirá o curso da investigação, que contará com uma comissão especial da polícia de Bogotá.

— As autoridades devem atuar de imediato para garantir a segurança e todos os jornalistas colombianos e assegurar que estes dois casos não se tornem os últimos exemplos do lamentável recorde de impunidade.