Um repórter policial do jornal
Vale do Aço, de Ipatinga, no Leste de Minas Gerais, foi assassinado na madrugada desta sexta-feira, dia 8 de março. Rodrigo Neto, que também era locutor do programa “Plantão Policial”, na
Rádio Vanguarda AM 1170, vinha sofrendo ameaças em decorrência das denúncias que realizava.
Segundo informações da Polícia Militar, o crime aconteceu próximo a um bar na Avenida José Selim de Sales, uma via movimentada no bairro Canaã. Ainda de acordo com a PM, Rodrigo Neto saiu do bar e foi em direção ao seu carro, e quando se aproximou do veículo, dois homens armados em uma moto efetuaram três disparos. O jornalista foi atingido por dois tiros, um na cabeça e outro no peito, e chegou a ser socorrido e levado para o Hospital Municipal de Ipatinga, no bairro Cidade Nobre, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Os executores saíram em alta velocidade depois do crime, sem serem identificados. Apesar de ter sido alvo de diversas ameaças em razão das denúncias que fazia na imprensa falada e escrita, o comando da 14º Região de Polícia Militar do Vale do Aço informou que ainda não é possível afirmar se o crime foi motivado por vingança.
Natural de Caratinga, a 310 km de Belo Horizonte, Rodrigo Neto iniciou sua carreira como repórter policial do Diário Popular, onde foi responsável por uma série de reportagens investigativas. Depois foi para o Diário do Aço, em Ipatinga, mas sempre teve grande paixão pelo rádio. Atualmente era um dos locutores do “Plantão Policial” na Rádio Vanguarda e havia acabado de retornar à imprensa escrita como repórter policial do jornal Vale do Aço. O jornalista era formado em Direito e estudava tornar-se delegado, tendo prestado diversos concursos públicos.
“O Rodrigo sempre se pautou por ser um jornalista muito incisivo”, afirma um colega da imprensa local, que preferiu não se identificar. “Sempre foi um repórter investigativo muito contundente”, acrescenta.
Segundo ele, Neto tinha uma característica que o diferenciava. “Ele acompanhava o desenrolar dos fatos. Geralmente, o repórter faz o factual e esquece. Ele não. O Rodrigo tinha uma agenda muito boa, fazia uma ótima apuração. Esse diferencial incomodava muita gente”, afirma.
Neto recebia ameaças há muito tempo e teria relatado várias vezes. Telefonemas e pessoas o vigiando em locais públicos foram levados ao conhecimento do Ministério Público e do Judiciário. “Fica a sensação de insegurança”, comenta. “Não mataram só um cidadão, mas um profissional da imprensa. Deram um tiro na liberdade de expressão”, denuncia.
A imprensa local pede que seu assassinato seja investigado e esclarecido com rapidez, empenho e dedicação. Neto será velado às 15h na capela do Cemitério Senhora da Paz. O sepultamento acontece no próximo sábado, dia 9 de março, às 10h, no mesmo local.
Rodrigo Neto deixa a esposa Bia e o filho Arthur, de sete anos.
*Com informações do Diário Popular (MG), portal G1, Portal Imprensa e jornal Última Notícias.