10/08/2009
É intensa a mobilização em favor do diploma para o exercício da profissão. As ações estão sendo promovidas em diversas instâncias da sociedade, com destaque para o Legislativo e a área acadêmica. O debate em torno do tema ocupa as manchetes e editorias de jornais universitários como as recentes edições do Jornal da Universidade, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Hipertexto, da Faculdade de Comunicação(Famecos) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul(PUC-RS).
Capa do Jornal da Universidade |
Ricardo Schneiders, Diretor da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação(Fabico) da UFRGS, e Márcia Benetti, Coordenadora da área de Jornalismo da Fabico, assinaram artigo no Jornal da Universidade intitulado “O STF e o jornalismo do século 19”, no qual defendem a formação em jornalismo e resgatam a importância histórica do diploma para a imprensa nacional: “O curso de jornalismo da UFRGS tem 57 anos; a regulamentação da profissão, 40. Somos mais antigos do que a lei e seremos mais longevos do que a extinção da lei. Nossa cabeça está no século 21, em um jornalismo cada vez mais rápido, responsável e profissionalizado. A lamentável decisão do STF não retira o valor da universidade nem nosso compromisso com a formação qualificada de jornalistas. Não formamos escritores nem poetas. Isso ficou lá no século 19, junto com os argumentos dos ministros do Supremo.”
Na edição do último mês de junho do Hipertexto, produzido por alunos de jornalismo da PUC-RS, a defesa do diploma é assunto de capa, editorial e ocupa ainda três páginas com a cobertura das manifestações e entrevistas com representantes de órgãos de classe, professores, estudantes e profissionais recém-formados, em matérias assinadas por Eduardo Silveira, Joyce Copstein, Marcos Perez e Pedro Palooro.
Jornal Hipertexto |
No editorial, os docentes da Famecos expressam repúdio à decisão do STF — a qual classificam como “um retrocesso” —, e defendem a formação acadêmica específica como princípio de acesso ao jornalismo: “As universidades têm vocação não apenas para a construção do conhecimento, mas para o exercício da crítica. Este campo profissional (jornalismo) é de tal complexidade que requer o desenvolvimento de princípios eticamente corretos, habilidades e técnicas específicas. O STF não reconheceu a dimensão pública e a importância do exercício do jornalismo”.
Em artigo especial, o professor Tibério Vargas Ramos, com 40 anos de jornalismo e mais de 30 de magistério, narra a sua trajetória desde os tempos de estudante da Famecos, recorda o primeiro trabalho como repórter do Zero Hora, e o orgulho que sentiu ao receber o diploma de jornalista em 1971: “Passados 40 anos, voltamos à estaca zero”, lamenta Tibério Ramos.