Por Igor Waltz*
30/09/2013
Por meio de sua assessoria, o presidente do Supremo Tribunal Federal, o Ministro Joaquim Barbosa, se posicionou a respeito da prisão da jornalista Cláudia Trevisan, correspondente do jornal O Estado de S. Paulo. A repórter foi detida por cinco horas quando esperava para entrevistar Barbosa, que participava de um seminário na Universidade de Yale.
Barbosa disse ter sido informado sobre o episódio apenas na manhã de sábado, 28 de setembro, pela organização do seminário “Constitucionalismo Global 2013”, do qual participava. O Ministro disse lamentar o incidente, já que a jornalista estava lá “apenas fazendo seu trabalho”.
Claudia foi detida primeiro em uma viatura policial e depois na delegacia da cidade de New Haven, onde fica a universidade. A profissional havia sido incumbida de tentar entrevistar o presidente do STF.
Acusações de envolvimento
Após o acontecido, jornalistas levantaram a hipótese de que Barbosa estaria envolvido no incidente. Para o jornalista Luis Nassif, a suspeita que recai sobre o ministro vem do próprio depoimento de Cláudia, que foi detida ao pedir informações aos policiais. A repórter conta que as autoridades sabiam quem ela era.
Nassif reforça que somente a diretora e Barbosa tinham conhecimento sobre a ida de Cláudia ao evento e pergunta: “A troco de quê a polícia de Yale teria uma foto da correspondente? Foram avisados por quem?”.
Fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo, Paulo Nogueira, afirmou que a hipótese faz sentido. “Joaquim Barbosa sabia que ela (Cláudia) tentaria entrevistá-lo. Teria ele pedido providências à direção da universidade para se livrar da indesejada repórter?”.
O jornalista lembra que Barbosa já teve problemas com o Estadão quando destratou o repórter Felipe Recondo ao ser perguntado sobre os R$ 90 mil gastos na reforma dos banheiros de seu apartamento funcional em Brasília.
*Com informações do Portal Imprensa e do Portal Comunique-se.