Jandira Feghali: Educar é mais do que alfabetizar


16/09/2016


 

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A deputada federal Jandira Feghali, candidata à Prefeitura do Rio pelo PC do B, criticou a denúncia do Ministério Público Federal, que apontou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como “comandante” do esquema de corrupção da Petrobrás. “Foi uma acusação sem provas. O verdadeiro objetivo do MPF foi tentar denigrir a imagem do PT e do ex-presidente para inviabilizar sua candidatura à Presidência da República em 2018”.

A candidata do PC do B, a segunda a ser entrevistada pela ABI, manifestou indignação diante da acusação do Ministério Público ao afirmar que foi “construída” uma mentira, com apoio da grande imprensa, que, segundo ela, desencadeou um resultado diametralmente oposto: uma grande onda de solidariedade ao ex-presidente nas redes sociais. “Foi uma denúncia de corrupção sem provas, um verdadeiro absurdo jurídico”.

Na sua opinião, essa agressão contra o ex-presidente produzirá uma grande reação popular. “Um homem como o ex-presidente Lula, muito respeitado no exterior, jamais poderia receber esse tipo de tratamento diante do legado social deixado pelo seu governo”.

A deputada Jandira Feghali criticou também a afirmação do candidato Cyro Garcia do PSTU que acusou o PT de representar um grande retrocesso na história da esquerda brasileira. Cyro afirmou que, ao se aliar ao capital financeiro e às camadas populares, o partido abandonou os princípios e valores que nortearam a sua fundação. Jandira contestou essa afirmação. “Ele jamais se propôs a fazer um governo comunista. Lula sempre disse que faria um governo democrático, crítico e popular. Ele mudou a vida do brasileiro ao colocar a máquina do Estado a serviço dos interesses da população mais carente”.

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A candidata Jandira Feghali

Educação, cultura e lazer

A candidata do PC do B defendeu também o “empoderamento” popular através da educação e da cultura. Ela defendeu um novo conceito do ensino fundamental. “A escola deve ser integral e servir à comunidade. Nenhuma instituição escolar fechada evolui. A escola que não interage não funciona, não gera adesão. Os adolescentes não têm estimulo para frequentar as aulas. O ideal é que instituição escolar seja transformada em conselhos de bairros a fim de melhor atender os interesses de cada comunidade. A educação infantil, por exemplo, não tem recebido a devida atenção para o desenvolvimento integral da criança. Vamos retomar, com olhar do século XXI, os projetos de Darcy Ribeiro, como os Centros Integrados de Educação Pública (Cieps), que foram abandonados pelos últimos governos”.

A deputada Jandira Feghali chamou atenção para o fenômeno do analfabetismo funcional, dizendo que a melhor forma de erradicar esse grave problema social seria trabalhar junto com os profissionais da educação, que são mal remunerados e totalmente excluídos desse processo.

A candidata do PC do B defende uma visão antropológica do ensino ao sustentar que educação é muito mais do que alfabetização. “A proposta é que o aluno seja o sujeito do conhecimento, e não apenas um objeto. Vamos abrir uma escola para a reflexão, de acordo com a teoria do educador e filósofo Paulo Freire, que ajudou a formatar as diretrizes da educação no Brasil”.

Jandira Feghali defendeu o “empoderamento” do espaço público pela população do Rio. “O carioca faz as suas festas na rua. A cultura é um modo de viver. Precisamos valorizar a arte dos meninos e meninas das favelas que estão sob o controle do tráfico de drogas. A proposta é evitar que o parâmetros dessas crianças sejam os adolescentes com armas na mão. Manter a identidade cultural é um ato político. Vou criar o Instituto de Samba Beth Carvalho para incorporar a linguagem da periferia. É incompreensível que a arte de rua seja reprimida pela Secretaria de Ordem Pública da Prefeitura”.

Mobilidade urbana

A deputada criticou o VLT dizendo que ele não resolveu o problema de locomoção do carioca. “Ele não funciona como transporte de massa. Não circula à noite e a relação custo-benefício da sua implantação foi danosa ao Centro do Rio. Centenas de lojas e escritórios da Avenida Rio Branco e ruas vizinhas fecharam as portas por causa de uma obra que levou quase dois anos e que até hoje não foi concluída. O VLT apenas embelezou as áreas históricas do Rio, mas não resolveu a questão da mobilidade urbana local. Os músicos, as pessoas que trabalham no Centro e os frequentadores da boemia na Lapa não podem usar o VLT que só circula até às oito da noite”.

Jandira defendeu o trilho como transporte de massa por ser mais econômico e atender um público muito maior.

Saúde pública

Ao ser questionada se tinha um plano de saúde da Câmara Federal e sobre a possibilidade de ser um dia atendida em uma unidade de emergência do SUS, ela respondeu que não tinha seguro da Câmara e que sua cobertura de saúde é herança da sua separação. Ela reconheceu que o saúde pública está em estado de calamidade apesar de os profissionais da área serem extremamente capacitados e muito mal remunerados. “O mesmo profissional que salva muitas vidas só é lembrado quando o paciente morre. A culpa sempre é do médico”. Ela condenou a estrutura das Organizações Sociais (OS), que administram a rede pública hospitalar. Uma das suas prioridades, ao ser eleita, é devolver ao município o controle das unidades hospitalares. “O problema da saúde, na verdade, não está apenas relacionado com a carência de material e recursos humanos. A grande questão é a má gestão desse serviço essencial.

Gravação transmitida pelo Facebook:

*Publicado em: 16 set, 2016 às 09:41