O Juiz Howard Riddle, da Belmarsh Magistrates Court (tribunal do sul de Londres), decidiu nesta quinta-feira, dia 24, pela extradição do jornalista Julian Assange, fundador do site WikiLeaks, acusado de cometer crimes sexuais contra duas mulheres, em agosto de 2010, na Suécia.
Assange, que nega as acusações, diz ser vítima de perseguição política por causa dos vazamentos de informações secretas da diplomacia norte-americana promovidas no site WikiLeaks.
Geoffrey Robertson, advogado de defesa de Assange, teme que com a extradição o jornalista venha a ser condenado à pena de morte nos EUA, em razão do vazamento de dezenas de milhares de documentos oficiais americanos.
“Parece-me razoável esperar e pedir a presença de Assange na Suécia para questionamento e se necessário para a retirada de uma mostra de DNA”, disse o juiz Howard Riddle, que afirmou acreditar que Assange terá um julgamento “justo”.
A defesa do jornalista informou que vai recorrer da decisão na High Court de Londres, instância superior. O prazo é de sete dias.
Uma das mulheres que acusa Assange de estupro afirma que ele teria ignorado os pedidos dela para que usasse preservativo durante a relação sexual. A outra mulher disse que Assange fez sexo com ela, também sem preservativo, enquanto ela dormia.
O jornalista confirmou ter mantido relações sexuais com algumas mulheres enquanto esteve na Suécia, mas assegurou que houve o consentimento de ambas as partes.
O fundador do WikiLeaks está em liberdade condicional na Inglaterra desde dezembro último, quando se apresentou à polícia londrina, que cumpriu mandado de prisão internacional emitido pela Suécia. A primeira audiência para analisar o pedido de extradição foi realizada no último dia 7, no tribunal de alta segurança de Woolwich, em Londres, e a segunda audiência aconteceu no último dia 11.
Em entrevista coletiva após a aprovação do pedido de extradição, Julian Assange afirmou ser inocente e lamentou não ter tido a oportunidade de se defender:
—Os procuradores britânicos contrataram, a largas despesas, o mesmo advogado que defendeu Pinochet. Nunca pude apresentar a minha versão da história. Durante todo este processo não se obteve solidez nas acusações formuladas contra mim. Sempre soubemos que teríamos que recorrer.
*Com informações de EFE e Reuters.