Imprensa tem papel decisivo, diz a ABI


02/06/2012


A ABI dirigiu  nesta sexta-feira uma saudação à comunidade jornalística e aos meios de comunicação em geral  pela passagem do Dia da Imprensa, que transcorre hoje, l de junho. A data deve ser comemorada, diz a ABI, porque a imprensa vem exercendo papel decisivo na  vida nacional desde a criação do Correio Braziliense, fundado em Londres em 1 de junho de 1808 por Hipólito da Costa  para a defesa da idéia de autonomia da nação então submetida ao jugo colonizador de Portugal. “Desde então e sobretudo nas lutas pela Independência,  na segunda década do século 19, a imprensa    tem uma atuação fundamental para o progresso econômico e espiritual do Brasil e de seu povo”, diz a ABI.
 
A declaração da ABI tem  o seguinte teor:
 
 “Nesta sexta-feira, l de junho, a Associação Brasileira de Imprensa dirige uma saudação calorosa à comunidade jornalística e aos órgãos de comunicação do País pela
passagem do Dia da Imprensa, que hoje transcorre e que deve ser comemorado pela notável contribuição que ao longo de mais dois séculos, desde a criação do Correio Braziliense em Londres,. em 1808,  por Hipólito da Costa,  os jornalistas e os veículos para os quais trabalham têm uma atuação fundamental para o progresso econômico e espiritual do Brasil e de seu povo.
 
Na senda aberta por Hipólito e alargada ainda na segunda década do século 19, com a presença destacada de jornalistas nas lutas pela Independência, como Evaristo da Veiga, a imprensa assumiu um papel decisivo na definição dos rumos da vida nacional, defendendo princípios e idéias que modelaram o Brasil contemporâneo. Ora através dos veículos estabelecidos pelas classes possuidoras, ora pela pregação de modestas publicações, muitas delas editadas na clandestinidade ou semiclandestinidade, os jornalistas sustentaram causas como a já citada Independência, a abolição do trabalho escravo, a instauração da república, a eliminação dos costumes políticos viciados, a ampliação e democratização do direito de voto, a  progressiva e ainda incompleta libertação da mulher, a proteção do trabalho, a emancipação econômica do Brasil, de que foi grande expressão a campanha “O petróleo é nosso”, sustentada por veículos alternativos, entre os quais o “Jornal de Debates”,  criado no final dos anos 1940 por Matos Pimenta. Sem a imprensa, o Brasil seria até hoje uma imensa senzala,  refém do atraso social e do obscurantismo cultural.
 
A ABI considera que essa herança de sucessivas gerações de jornalistas impõe pesadas responsabilidades aos que hoje militam nos meios de comunicação, aos quais cabe um papel de ponta na defesa da ética na administração pública, do aprimoramento das instituições democráticas, da apuração dos crimes cometidos pela ditadura militar 1964-1985 e seus agentes, da afirmação dos direitos humanos no País e no mundo, do avanço das conquistas sociais entre nós e onde quer que a criatura humana esteja aviltada.
 
Criada em 7 de abril de  1908 por pequeno grupo de idealistas reunidos pelo repórter Gustavo de Lacerda, a ABI busca honrar os ideais sustentados por seus maiores e entende que as lições por eles deixadas constituem um inarredável compromisso dos jornalistas de nosso tempo.
 
Rio de Janeiro, 1 de junho de 2012. (a) Maurício Azêdo, Presidente.”