Por Igor Waltz*
03/01/2014
A Federação Internacional de Jornalistas (IFJ, na sigla em inglês) manifestou nesta quinta-feira, 2 de janeiro, seu repúdio pelo primeiro assassinato de um jornalista em 2014. O paquistanês Shan Odhor, repórter do canal de notícias Aaab Tak News, foi baleado por assaltantes não identificados quando voltava para casa no distrito de Larkana, na noite de Ano Novo. A instituição pediu ao governo do Paquistão que investigue imediatamente os fatos.
Odhor foi levado para o hospital e morreu nas primeiras horas da quarta-feira, 1º de janeiro, por conta dos graves ferimentos sofridos. Após tomar conhecimento da morte do jornalista, o Sindicato Federal de Jornalistas do Paquistão (PFUJ), filiado à IFJ, organizou uma série de protestos por todo o país para pedir que o governo aumente os esforços para proteger jornalistas.
“Expressamos nossas mais profundas condolências à família e aos colegas do muito respeitado jornalista Shan Odhor, que acreditamos ser o primeiro jornalista a ser morto em 2014”, disse na nota o presidente da IFJ, Jim Boumelha.
Boumelha prosseguiu: “Apelamos para as autoridades no Paquistão para realizar uma investigação imediata e exaustiva sobre o assassinato, e tomar todas as medidas necessárias para garantir que os responsáveis por este crime horrível enfrentem o peso da justiça.”
No último dia 31 de dezembro, a IFJ apresentou o relatório anual de jornalistas e profissionais de mídia que morreram em 2013, que mostrou que o Paquistão continua sendo um dos países mais perigosos do mundo para os que trabalham na área, com dez profissionais mortos no ano passado.
Em resposta à violência que sofre a imprensa e a impunidade dos crimes dos quais é vítima, a Federação lançou em outubro de 2013 uma campanha na qual pedia aos governos de Paquistão, Iraque e Rússia que investiguem os assassinatos de jornalistas em seus territórios e que os autores sejam julgados.
“Acreditamos que a falta de responsabilidade por atos de violência contra jornalistas no Paquistão reforça a cultura de impunidade e é a principal razão pela qual os jornalistas no país continuam na linha de fogo”, concluiu Boumelha.
Jornalistas detidos
No dia 30 de dezembro, quatro jornalistas da rede de TV Al Jazeera foram presos no Egito acusados de terem feito uma transmissão ilegal com um membro da Irmandade Muçulmana em um quarto de hotel. A sucursal da Al Jazeera no Cairo está fechada desde 3 de julho, dia do golpe militar que depôs o presidente islâmico Mohamed Mursi.
“A promotoria acusou os suspeitos de pertencer a um grupo terrorista”, assinala um comunicado oficial do governo egípcio, sem detalhar se as acusações são contra os jornalistas detidos, um deles o australiano Peter Greste.
Os jornalistas permanecerão em detenção provisória por duas semanas, para que a promotoria possa interrogá-los.
*Com informações da Reuters, AFP e EFE.