25/07/2022
Por Maria Luiza Busse, diretora de Cultura da ABI
UnB Anos 70 – Memória do Movimento Estudantil
Hoje, terça-feira dia 26, lançamento da coletânea de testemunho dos melhores e mais dedicamos dias de jovens estudantes da Universidade de Brasília à luta pela redemocratização do país naqueles anos de 1968 pós-AI-5, o Ato Institucional da ditadura que perseguiu as universidades e o mundo acadêmico-científico de modo implacável e destruidor. Em 470 páginas, com mais de 70 fotos e colagens, estão relatos dos colegas hoje sessentões e setentões, muitos dos quais não se viam desde as passeatas pelo campus da UnB, assembleias no Teatro de Arena, conferências da SBPC, aulas especiais nos anfiteatros do Minhocão, e mesmo nos cárceres da Polícia Federal para onde alguns foram levados e mantidos presos por meses. O livro-mutirão do projeto Memória Coletiva foi organizado por Maria do Rosário Caetano, com colaboração de Tereza Cruvinel, Carlos Megale, Davi Emerich, José Umberto de Almeida, Flávio Alberto Botelho, William Devoti, Luiz Antônio Nigro Falcoski, Walter Peninha e Marco Antônio Ribeiro Vieira Lima. Tem apresentação de Renato Janine Ribeiro, acadêmico e presidente da SBPC, e orelha assinada pelo professor e cineasta Vladimir Carvalho.
Para tanta história e memória, no mínimo três lançamentos que se integram às comemorações dos 60 anos da Universidade de Brasília e os 74 anos da Reunião Anual da SBPC, pela quarta vez se realizando no campus da UnB. O de hoje é a partir das 18h, na UnB, Anfiteatro 9, no Minhocão, com debate com ex-estudantes da Geração 70 que se dedicaram à atividade parlamentar e demais que formam o Conselho Editorial. Quarta-feira, dia 27, o lançamento será no Cine Brasília, também a partir das 18h, com exposição, mostra de filmes sobre a ‘UnB no Cinema’ e debate com Vladimir Carvalho, Fernando Duarte, Maria Coeli Vasconcelos, Dácia Ibiapina, Maria Maia, Jimi Figueiredo, Marcos Mendes, Hélio Doyle, Lino Meireles, Antônio de Pádua Rangel, Caetano Cúri e o diretor da TV UnB, Rafael Vilas Boas. Na quinta-feira (28), o terceiro e último, mas não menos importante, é o festivo lançamento no tradicional bar Beirute, desde 1966 ponto de encontro da resistência brasiliense. O início será às 18h, com imprevisível hora para acabar. Publicação Alameda Editorial.
Tom vermelho do verde
O romance recupera a trágica história dos Waimiri-Atroari, mergulha nos bastidores da construção da BR-174 e assume a defesa dos povos indígenas. Baseado em fatos, Frei Beto, o autor, denuncia a violência genocida contra a nação Waimiri-Atroari localizada nos estados de Roraima e Amazonas. Trajetória de opressão que teve início nos anos de 1970 quando a ditadura civil-militar brasileira deu início à construção da rodovia BR-174, que liga as respectivas capitais de Manaus e Boa Vista. O coronel Luiz Fontoura, um dos personagens do livro, tem como maior ambição “retalhar a selva de estradas”, desejo que espelhava o projeto nacional dos governos do período responsável por danos ecológicos irreparáveis. Em agosto, o livro tem agenda de lançamento no Rio, São Paulo, Vitória e Belo Horizonte. Editora Rocco.
Lucélia Santos: coragem para lutar
Biografia da atriz que mesclou a vida pessoal e profissional com a história política brasileira dos últimos 40 anos. Lucélia Santos esteve presente nas lutas pela Anistia, Diretas Já, fundação do Partido dos Trabalhadores e na construção do Partido Verde, na qual teve protagonismo central. Apesar de ter se projetado nacional e internacionalmente no papel da jovem escrava na novela Escrava Isaura, que a levou até a China onde o folhetim repercutiu com enorme sucesso, o jornalista e autor Eduardo Meirelles traça o perfil de uma mulher livre que sempre utilizou sua imagem e voz para lutar por aqueles que estavam sufocados pela ditadura militar que assolou o Brasil. O prefácio é assinado por José Genoíno e o livro traz depoimentos de Luiza Erundina, Sônia Guajajara, Carlos Minc, Antônio Grassi, Betina Viany, Cristina Pereira, Zezé Weiss, Angela Mendes, Gomercindo Rodrigues, Matheus Nachtergaele, Fernando Gabeira e Pedro Neschling.
Em pré-venda na editora Telha
Memorial do Memoricídio: escritoras brasileiras esquecidas pela história
Esse é o primeiro volume do projeto desenvolvido para dar visibilidade ao trabalho das mulheres apagadas do cenário da produção literária brasileira por uma historiografia e uma crítica de perspectiva misógina. A organização é de Constância Lima Duarte com participação de mais 18 pesquisadoras que levantaram 40 nomes de autoras nunca mencionados apesar de, em sua época, terem recebido calorosa recepção de Machado de Assis e Olavo Bilac. No livro estão as biografias e a bibliografia das respectivas protagonistas, entre elas Antonieta de Barros, Bárbara Heliodora, Delfina Begnina, Júlia Lopes de Almeida, Joana Manso, Maria Firmina, e Maura Lopes Cançado. Editora Luas.
Mais informações Editora Luas
Pascoalzinho pé no chão- uma fábula da reforma agrária
Lugar de criança também é aqui. O tema de gente grande é apresentado nesta fábula em que os animais representam as questões enfrentadas pelos seres humanos. No caso, os coelhos são os protagonistas de quatro patinhas. O livro conta a história da família Coelho que vive em Nova Aurora e é expulsa, junto com seus vizinhos, pela empresa Gigante de Flandres. O lugar que era de todos passa a ter um único dono, apropriação determinada por documento que despreza todos os anos de convivência, trabalho e identificação com aquela terra em que moraram por gerações. Deslocada para a confusão e correria da cidade grande, a família sente saudades da sua origem. Na escola, Pascoalzinho, coelhinho inteligente e perguntador, conhece Chinchila e descobre que, assim como ele, outros passam pela mesma situação. São muitos os que sonham em voltar aos seus lares e ser feliz do jeito simples e sereno do campo. São muitos os que podem se unir para fazer desse sonho uma realidade e lutar para que um dia a terra não seja uma mercadoria de poucos, mas sim um bem de todos. Afinal, como ensina o velho vovô Leporino, repetindo os versos de Patativa do Assaré: “Se a terra foi Deus quem fez, se é obra da criação, divia cada freguês tê seu pedaço de chão”. Escrito por Chico Alencar e ilustrado por Marcio Levyman. Editora Expressão Popular
Soneca Boa
Carol Chaves mistura o lado lúdico das crianças com informações para mães, pais e cuidadores sobre a rotina de sono dos bebês durante o dia. Estudos apontam que até os cinco anos de idade a maioria das crianças precisa de, pelo menos, uma soneca ao longo do dia. A explicação para insistir nessa rotina saudável está no livro infantil Soneca Boa. Cheio de ilustrações para as crianças e muita informação para mães, pais e cuidadores, no lançamento da autora Carol Chaves é possível entender a importância de um sono de qualidade também durante o dia.
Além dos desenhos coloridos que encantam os pequenos, a manhã do menino é contada de uma maneira lúdica e simples, prendendo a atenção dos leitores. No início e no fim do livro, Carol também explica como a soneca é fundamental para o desenvolvimento cognitivo, emocional e neurológico.
“Quanto melhor o bebê dormir de dia, melhor ele dormirá a noite”, ensina a escritora. Carol apresenta métodos para ajudar os responsáveis a entenderem o sono das crianças. Quem prefacia a obra é a médica especializada em sono e rotina do bebê, Ana Bárbara Jannuzzi Lagoeiro, que considera a soneca fundamental para o desenvolvimento de todas as capacidades, principalmente, na primeira infância.
Mamãe se junta a eles para o café tomar e seu dia também começar. O pequeno, todo feliz, enche a barriga e se lambuza até o nariz. Contente, mamãe aproveita aquele momento, mas repara seu jeitinho já sonolento. – Está com soninho, meu amor? Ele esfrega os olhinhos, estica os bracinhos, e mamãe dá o colinho. (página 18 a 22)
Carol sempre gostou de escrever e colocar seus sentimentos nas palavras. A maternidade trouxe mais sensibilidade para escrever e a vontade de não deixar as ideias se perderem pelo caminho. Escritora, publicitária, a mãe do Bento e Vital encontrou inspiração, criatividade e ação também da vivência como mãe. Ao entender a diferença que uma boa soneca pode ter para os seus filhos, decidiu compartilhar a história com outras mães e levar acolhimento às famílias, dividindo informações. Nascida em São José dos Campos, Carol Chaves é escritora, publicitária e gerente de negócios no Rio de Janeiro, onde vive desde os 24 anos. A maternidade trouxe de volta para o mundo da escrita. Em 2021, lançou a obra infantil “A noitinha chegou”, que descreve a importância do sono como um todo. Mãe de dois meninos, ela escreve para acolher e compartilhar conhecimento com outras mães. Também trabalha na área comercial de veículos de comunicação desde 2006.
Ficha Técnica
Título: Soneca Boa
Autora: Carol Chaves
Ilustração: Michelle Ribeiro
Editora: Much
ISBN/ASIN: 978-65-86267-23-5
Páginas: 36
Preço: R$ 49,90
Onde encontrar: Amazon
CBN – As histórias que ninguém ouviu
O livro é a reunião dos pontos de vista de 40 profissionais, entre jornalistas, radialistas e técnicos, sobre a fundação da CBN em 1992, da qual participaram, incluindo o idealizador da rádio Jorge Guilherme Marcelo Pontes.