Greve dos Correios pode encerrar nesta sexta


24/09/2009


A paralisação dos funcionários da Empresa Brasileira de Correios de Telégrafos (ECT), que avança pelo décimo dia, registra um atraso na entrega de 300 mil encomendas e 48,8 milhões de correspondências em todo o País, causando prejuízos à população.

Contudo, a greve pode terminar nesta sexta-feira, dia 25, em razão do acordo firmado, no início da noite desta quinta-feira, 24, entre a estatal e o sindicato dos trabalhadores do estado de São Paulo, que aceitou a proposta inicial apresentada pela ECT, que prevê reajuste salarial de 9%, 100% de aumento salarial linear, reajuste no valor do vale-alimentação e do reembolso de creche. 

Segundo a assessoria de imprensa dos Correios, o fato pode resultar no fim da paralisação:
— Historicamente, as decisões tomadas pelo sindicato dos trabalhadores de São Paulo definem o resultado do movimento, por concentrar o maior número de servidores. Com isso, a expectativa é que a greve encerre nesta sexta-feira, dia 25, explicou o assessor de imprensa da ECT, Carlos Andrade. 

De acordo com Denílson Rocha — membro da Comissão de Cargos, Carreia e Salários da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos (Fentect) — dos 24 sindicatos que representam a categoria 14 já aceitaram a proposta inicial da ECT, e o encerramento da greve deverá ser decretado se mais quatro representações da categoria aceitarem o que foi proposto pela empresa.

A assessoria de imprensa dos Correios informou que foi montada uma força-tarefa para cuidar da carga de correspondências encalhada. A previsão para normalização das entregas é a próxima segunda-feira, 28 setembro. Funcionários que voltaram ao trabalho, ou que não aderiram à greve, estão fazendo hora-extra; e os que são lotados no setor administrativo da estatal foram remanejados para o serviço de entregas.

Impasse 

Não houve acordo na audiência de conciliação entre as partes, realizada na tarde desta quinta-feira, dia 24 de setembro, no Tribunal Superior do Trabalho (TST). O Vice-Presidente do TST, João Oreste Dalazen, apresentou aos servidores proposta de 4,5% de reajuste salarial, mais R$ 100 de aumento linear retroativo ao mês de agosto, além de reajustes do vale-alimentação e vale-cesta.
— Nós não aceitamos, pois na proposta estava incluída a implantação do banco de horas e, a partir do ano que vem, nós não poderíamos fazer nenhuma exigência de reajuste salarial calculado em cima da inflação — diz Emerson Vasconcelos.

Os 109 mil servidores em greve desde o último dia 16 exigem aumento salarial de 41%, reajuste linear de R$ 300, contratação de mais servidores via concurso e redução da jornada de trabalho sem alteração nos salários. 

Com o impasse, o juiz João Oreste Dalazen sorteou como relator da matéria o Ministro Márcio Eurico, que deverá marcar a data do julgamento da greve na Sessão Especializada de Dissídios Coletivos do TST.

Paralisação

Segundo o Coordenador do comando de greve da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos (Fentect), Emerson Vasconcelos da Silva, servidores de 24 unidades da federação aderiram à greve, sendo que entidades sindicais de Juiz de Fora (MG), Bahia, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Ribeirão Preto (SP), Bauru (SP), Maranhão, Rio Grande do Sul, Santa Maria (RS) e Santos (SP) retomaram as atividades logo após paralisação.

De acordo com a assessoria de imprensa dos Correios, apenas 10% dos trabalhadores, aproximadamente 10.900 funcionários, paralisaram as atividades.