03/10/2017
O Google anunciou o fim da política de primeiro acesso grátis, que destacava posts gratuitos no ranking em detrimento de reportagens com acesso restrito, como nos sites jornalísticos com “paywall”, assinatura digital. A decisão foi anunciada por Richard Gingras, vice-presidente de Notícias do grupo.
O Facebook também está tomando medidas similares visando valorizar o conteúdo jornalístico profissional. As plataformas vêm sendo questionadas por propagação de notícias falsas e manipulação política.
“A partir desta semana, encerraremos nossa política de ‘first click free’ em favor de um modelo de ‘flexible sampling’ [amostragem flexível], no qual os editores decidirão quantos artigos gratuitos, se houver, desejam oferecer”, afirmou Gingras na segunda-feira (2), no blog do Google.
“The New York Times” e “Financial Times” já testaram a mudança. Segundo Gingras, “a decisão de permitir que editores determinem quanto conteúdo gratuito os leitores podem acessar por meio de busca é uma evolução positiva”, afirma citando um consultor do NYT.
Há duas semanas, o presidente-executivo da News Corp., que edita o “Wall Street Journal”, Mark Thompson, adiantou a decisão do Google, avaliando que “vai mudar fundamentalmente o ecossistema de conteúdo e permitirá a criação de modelos de assinatura coerentes e viáveis”.
O Google está construindo novos produtos para ajudar editores a impulsionar o número de assinaturas. “Como um primeiro passo, estamos aproveitando nossas tecnologias de pagamento e identificação para ajudar as pessoas a fazer uma assinatura no site de uma publicação com um único clique e, em seguida, acessar esse conteúdo a partir de qualquer lugar.”, conclui Gingras.
Ainda esta semana, o Facebook deve divulgar sua nova iniciativa para facilitar a assinatura de veículos jornalísticos. “NYT”, “FT” e “WSJ” não devem participar da primeira fase, mas permanecem em negociação com a plataforma, “estimulando mais flexibilidade”. Participam jornais alemães e os americanos das redes Tronc, como “Los Angeles Times”, e Hearst, como “Houston Chronicle”.