13/11/2008
Lançada em 2000, a revista Megazine, do Globo, é o resultado da junção de dois cadernos, segundo a subeditora Josy Fischberg: o Planeta Globo, que circulava aos domingos e era mais voltado para o público pré-adolescente; e o Vestibular, que era publicado às terças-feiras, no último semestre de cada ano, dirigido, obviamente, aos vestibulandos:
— A Direção do jornal sentiu que havia a necessidade de ter um suplemento específico para o público jovem e percebeu que os dois suplementos poderiam se transformar em um só, voltado para vestibulandos, universitários e jovens em geral, com reportagens que abordassem não só o vestibular, mas também música, cinema, comportamento, educação e outros temas de interesse desse público.
O título, escolhido a partir de pesquisa, remete à idéia de um zine, e, como convém a uma publicação alternativa do gênero, conta com uma equipe basicamente jovem: os dois editores assistentes e os dois repórteres têm, hoje, entre 25 e 30 anos.
O projeto gráfico inicial já passou por várias modificações, a última há três anos, mas Josy conta que já há planos de se criar outras novidades na revista, em que diagramação, texto e imagens são sempre pensados de acordo com o público — jovens na faixa dos 16 aos 22 anos — e critérios como design e leitura atraentes e agradáveis:
— As pautas seguem a mesma linha e, para buscar assuntos de interesse, temos um conselho editorial que muda semestralmente e é formado por seis jovens escolhidos por meio de concurso. Eles se reúnem com a equipe a cada 15 dias, dão suas opiniões sobre a Megazine e sugerem assuntos para as matérias.
Para monitorar o que mais desperta a atenção dos leitores, a Megazine se baseia nos e-mails enviados à redação. A coluna de João Paulo Cuenca é uma das seções que mais recebe mensagens, ainda que nem sempre elogiosas, segundo Josy:
— A “Liquidificador”, de lançamentos de livros, CDs e DVDs, também tem feito sucesso. Quanto a assuntos que geraram alguma polêmica nos últimos tempos, tivemos o voto nulo, a roda da fortuna — uma espécie de corrente em que estudantes entram para ganhar, mas acabam perdendo dinheiro —, a ocupação da Uerj e religião. São muito variados os assuntos que interessam ao nosso leitor.
Responsabilidade
Temas ligados à responsabilidade social, como direitos humanos e o Estatuto da Criança e do Adolescente, também estão presentes na revista, como na reportagem sobre trabalho escravo infantil publicada em maio, nos 120 anos da Abolição. Outra matéria marcante, segundo Josy, mostrou a rotina de alguns jovens que vivem há anos com o vírus da Aids, enquanto outra abordou o também difícil dia-a-dia de alguns adolescentes saudáveis:
— Uma pesquisa do IBGE apontou que meninas, muito mais que meninos, são responsáveis pelos afazeres domésticos, o que faz com que tenham uma carga horária pesadíssima. Entrevistamos uma jovem que, além de estudar, ajuda a mãe a cuidar da casa e de dez irmãos e da casa. Reportagens desse tipo se basearam trazem não só entrevistas, mas também números e outras informações sobre o assunto, que é apresentado com profundidade.
Josy Fischberg discorda de quem acha que os suplementos juvenis têm que ser necessariamente didáticos. No caso da Megazine, além da preocupação em fazer um produto jornalístico de qualidade, a proposta é levar informação e selecionar o que os editores acreditam ser de interessante e relevante para o jovem:
— Nossa intenção é fazer com que nosso público desperte para o jornal, de um modo geral. Somos uma primeira etapa para a formação de novos leitores.