França intensifica segurança após ataques terroristas


Por Cláudia Souza*

16/11/2015


manifestação em Lyon após atentado 13 novembro reuters

Manifestação em Lyon após atentados (Foto: Reuters)

Em pronunciamento nesta segunda-feira, dia 16, três dias após os atentados que deixaram ao menos 132 mortos, o presidente François Hollande pediu à ONU resolução contra o terror e garantiu que a França intensificará as operações na Síria. O estado Islâmico postou nesta segunda-feira, 16, nas redes sociais um vídeo no qual ameaça atacar Washington e países que bombardeiam a Síria.

— Precisamos fazer mais. A Síria se tornou a maior fábrica de terroristas que o mundo já conheceu. Nossa democracia já triunfou antes sobre adversários mais formidáveis do que esses covardes, disse Hollande.

O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, afirmou nesta segunda-feira, 16, que o país pode ser alvo de novos atentados nos próximos dias ou semanas. O premier disse ainda que outros atos terroristas estão sendo preparados contra países europeus.

— Os atentados foram “organizados, pensados e planejados” a partir da Síria. Vamos viver muito tempo sob esta ameaça, advertiu Valls, em declarações à rádio RTL.

O número de mortos após os oito ataques coordenados em Paris na sexta-feira, 13, subiu para 132, além de cerca de 350 feridos.

No final da manhã desta segunda-feira, 16, milhares de franceses se reuniram nos locais dos atentados para fazer um minuto de silencio em homenagem às vítimas. Entre os mortos há cidadãos de pelo menos 23 nacionalidades, de acordo com a agência de notícias AFP. Até o momento há informações sobre dois jornalistas mortos nos atentados, os franceses Guillame B. Decherf e Mathieu Hoche.

jornalistas mortos em Paris 13 de novembro

Guillame Decherf e Mathieu Hoche estão entre as vítimas (Reprodução Internet)

Entre os feridos há três brasileiros: Gabriel Sepe, com tiros nas costas e na perna, Camila Issa, com tiros de raspão nas mãos e pernas, e Daniel Ribeiro, com ferimentos leves provocados por estilhaços de vidro. Todos passam bem.

Os atentados de Paris se tornaram o assunto principal da décima reunião de cúpula do G20, que começou neste domingo, 14, em Antalya, na Turquia. Líderes dos países ricos e emergentes lembraram as vítimas e estão debatendo questões como a intensificação do controle nas fronteiras e aeroportos para neutralizar ameaças terroristas. Na frente militar, os EUA anunciaram que trabalham com a França para “aumentar a intensidade dos ataques aéreos” contra o grupo jihadista Estado Islâmico.

— Os Estados Unidos e seus aliados redobrarão seus esforços para encontrar uma solução pacífica na Síria e evitar que o Estado Islâmico lance mais ataques como os de Paris, assegurou o presidente dos EUA, Barack Obama. 

Buscas

As autoridades francesas revelaram as identidades de cinco suspeitos de participação na ação terrorista. Além de Ismael Omar Mostefai e Salah Abdelslam, as autoridades identificaram Abdelhamid Abaaoud, o sírio Ahmad Al Mohammad, o francês Samy Amimour.

As operações para localizar suspeitos aconteceram em 19 regiões, incluindo Paris e arredores, em todas as grandes cidades francesas, como Lille, Toulouse e Marselha (sul). Uma das operações ocorreu no subúrbio parisiense de Bobigny. Em Lyon, cinco pessoas foram presas e armas foram apreendidas, incluindo um lançador de granadas, coletes, pistolas e um fuzil.

No domingo, 15, a França lançou uma ofensiva militar na cidade de Raqqa, capital do califado autoproclamado do Estado Islâmico na Síria. Segundo o ministério de Defesa da França, foram atingidos um centro de controle e comando, um campo de recrutamento, um depósito de munição, um estádio, uma prisão secreta e um campo de treinamento. Ao total, foram 20 bombas utilizadas.

Ataques

Pelo menos cinco locais foram alvo de atentados simultâneos na França. Na casa de shows Bataclan, na boulevard Voltaire, no 11º distrito de Paris, atiradores fizeram reféns e dispararam contra o público que assistia ao show da banda “Eagles of Death Metal”. Mais de 70 reféns foram mortos.

Nas proximidades do Stade de France, bairro de Saint Dennis, ao norte de Paris, um ataque supostamente lançado por um suicida ocorreu próximo ao estádio onde França e Alemanha disputavam uma partida de futebol. Autoridades confirmaram quatro mortos e mais de 50 feridos.

O grupo radical Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelos ataques. Em uma declaração oficial, no último sábado, dia 14, os jihadistas afirmaram que seus membros presos a cintos com explosivos e carregando metralhadoras promoveram atentados que foram cuidadosamente planejados.

*Fonte: agências internacionais