Por Cláudia Souza
09/04/2015
Fabiano Rocha foi intimidado nesta terça-feira, dia 7, nas redes sociais por ter fotografado um policial militar do Batalhão de Operações Policiais Especiais do Rio de Janeiro (Bope) com o rosto encoberto por um capuz preto durante uma operação no Conjunto de Favelas do Alemão, na Zona Norte do Rio. A fotografia estampou a capa da edição do jornal carioca.
Uma portaria da Secretaria de Estado de Segurança (Seseg), de 1995, proíbe a utilização de máscaras em ações policiais no Rio de Janeiro. O fotógrafo foi o mesmo que mostrou, dias antes, a situação precária submetida aos agentes de uma das bases da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do morro do Alemão.
A Seseg identificou na internet os perfis nos quais foram postadas as ameaças. O secretário José Mariano Beltrame do órgão determinou que a Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI) analise as mensagens e puna os autores.
Na página de um grupo denominado “PMERJ” há ofensas contra o repórter fotográfico e a família dele. A Corregedoria da PM instaurou investigação para identificar os autores das ameaças. O departamento jurídico do Grupo Globo, ao qual pertence o jornal “Extra”, informou que tomará as medidas necessárias para a punição dos responsáveis.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro(SPMRJ) criticou as ameaças contra a vida de Fabiano Rocha. A entidade lembrou que o fato ocorreu justamente no Dia do Jornalista, 7 de abril, e ressaltou que 68% dos casos de agressão registrados contra profissionais de imprensa foram provocadas por agentes de segurança do Estado.