Fotógrafo atingido por bala de borracha no DF


Por Igor Waltz*

02/07/2013


André Borgesfoi atingido no rosto com um tiro de bala de borracha (Crédito: Sergio Lima/ Folhapress)

André Borgesfoi atingido no rosto com um tiro de bala de borracha (Crédito: Sergio Lima/ Folhapress)

Um protesto em Brasília na última segunda-feira, 1º de julho, terminou em confronto entre manifestantes e Polícia Militar. O fotógrafo André Borges, do jornal Folha de S. Paulo, foi ferido no rosto por uma bala de borracha. Após passeata no centro, grupo se dirigiu para o Estádio Nacional Mané Garrincha, onde ocorreu o embate. O ato reuniu cerca de 500 pessoas, pedindo o fim de corrupção.

Ao todo, 400 PMs acompanhavam o protesto. O grupo foi à sede do governo do Distrito Federal, no Palácio do Buriti, mas o local estava cercado por policias. Por volta das 19h, a marcha voltou em direção ao centro da cidade. Na altura do Estádio Nacional, mas na pista oposta à sua entrada, um grupo se desgarrou dela e cruzou a pista, buscando invadir o local.

“Neste momento o Batalhão de Choque avançou e começaram a atirar. Eu gritei que era da imprensa, mostrei minha câmera e me abaixei atrás de uma arbusto, mas um tiro me atingiu”, diz Borges, que foi atendido no Hospital de Base.

Segundo o tenente-coronel Cláudio Ribas, comandante da operação que acompanhou o protesto desta segunda, balas de borracha e bombas foram necessários para evitar a invasão do estádio. “A gente não pode arriscar”, disse.

Também foram registrados outros protestos em pelo menos 35 cidades na segunda-feira, a maioria sem registros de violência. No Rio de Janeiro, um grupo de 500 pessoas fechou a Avenida Rio Branco em uma passeata que seguiu da Candelária para a Cinelândia. Os manifestantes gritaram frases contra o governador, Sérgio Cabral Filho (PMDB), o presidente do Senado, Renan Calheiros, e a realização da Copa no Brasil em 2014. Cerca de uma hora antes, aposentados e pensionistas já haviam realizado manifestação na mesma via.

Atos contra a corrupção também aconteceram em São Paulo, no bairro Pinheiros, e em Fortaleza, em frente à Assembleia Legislativa. Houve protestos ainda em cidades menores, como Santa Maria, Rio Grande do Sul, e Ribeirão Preto, São Paulo.

Protestos durante a final da Copa das Confederações

No domingo, 30 de junho, terminou de forma violenta protestos ocorridos nas imediações do Estádio do Maracanã, onde aconteceu a final da Copa das Confederações entre as seleções brasileira e espanhola. Durante a tarde, manifestações próximas ao complexo esportivo reuniram cerca de 1,2 mil pessoas e transcorreram em tranquilidade. Mas no fim da tarde, na esquina da Avenida Maracanã com a São Francisco Xavier, na Tijuca, a manifestação se aproximou do bloqueio formado pelo Batalhão de Choque, com um número menor de manifestantes, onde houve confronto.

Pessoas teriam jogaram bombas artesanais e objetos na barreira formada por policiais. A PM reagiu com bombas de gás e balas de borracha. Ao fim da partida, os manifestantes já haviam se dispersado e os torcedores puderam sair do estádio sem problemas. Segundo a PM, nenhum manifestante foi preso.

A PM informou que dois policiais feridos foram atendidos no Hospital de Campanha do Bombeiro, por volta das 20h.  Por volta das 22h30, mais um policial foi atingido com uma pedrada. Segundo a Polícia Militar, o Batalhão de Choque apreendeu 17 coquetéis molotov na Avenida Paula Souza, no Maracanã.

Um homem foi levado para a 18ª DP (Praça da Bandeira), após furtar a câmera de um jornalista japonês. O ato teria gerado reação furiosa de manifestantes na Avenida São Francisco Xavier, que tentaram linchá-lo. O suspeito foi preso logo após o assalto e a câmera devolvida à vítima. No momento em que o criminoso foi algemado, muitas pessoas cercaram a viatura para xingá-lo. Alguns ainda tentaram furar o bloqueio policial para agredir o homem.

Durante a manifestação, profissionais da Rede Globo foram hostilizados por manifestantes. Para não ser agredido durante a manifestação, o repórter Vandrey Pereira teve de ser escoltado por seguranças da emissora após quase ser atingido por pedras e um saco de lixo.

Pereira, que escapou ileso do protesto, disse ao ser acompanhado: “Por razões de segurança, vou ter que sair”. Outro caso de hostilidade contra a TV Globo ocorreu enquanto uma repórter da Globo foi insultada por manifestantes enquanto realizava uma entrevista.

*Com informações dos portais G1, R7 e Imprensa, e dos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo.