24/05/2006
Rodrigo Caixeta
02/05/2006
Cristina Horta descobriu a fotografia enquanto cursava Comunicação na PUC-MG. No terceiro período do curso, decidiu trancar a matrícula e fazer um curso de verão na Universidade de Essex, na Inglaterra, onde comprou a primeira câmera fotográfica, uma Pentax KX. Durante os sete meses em que ficou na Europa, viajou para Espanha, Portugal e França e fez muitas fotos em preto e branco e negativo colorido:
— Comprei muitos filmes, várias caixas de papel fotográfico, lentes, acessórios e muitas revistas de fotografia, com o objetivo de me aprimorar.
Há 21 anos no Estado de Minas, onde entrou como estagiária, Cristina fez muitos frilas para jornais alternativos para ganhar crédito e, profissionalmente, começou na Assessoria de Comunicação de Newton Cardoso, na época em que este era Prefeito de Contagem:
— Quando ele foi eleito Governador, fui transferida para a Secretaria de Comunicação e trabalhei como repórter-fotográfica. Paralelamente, fazia trabalhos variados, de casamentos a capas de discos, que me ajudaram a comprar um laboratório de preto e branco.
Para ela, o fotógrafo tem que saber esperar o momento decisivo da foto, além de saber fazer um bom enquadramento e ter conhecimento da técnica e sensibilidade para luz e cor:
— Só assim é possível obter o resultado pretendido numa foto. E o profissional tem que gostar do que faz, ler muito, comprar muitos livros, ver muitos sites de fotografia, acompanhar a tecnologia etc.
Embora não se lembre do nome do jornal em que publicou sua primeira foto, ela sabe que era de um grupo de atores que estavam divulgando sua peça. Ao longo da carreira, cobriu política, manifestações de rua, rebeliões, shows, desfiles de moda e competições esportivas, entre outros temas. E diz:
— Cada uma dessas coberturas me remetem a emoções distintas até hoje. Tento sempre levar para a redação uma boa foto de cada ocasião.
Quando pautada para reportagens investigativas, Cristina diz que sempre é preciso dar um jeito de fazer uma “foto escondida”. Mas susto mesmo ela passou em outra situação:
— Fui à Estação Biológica de Caratinga devido a uma pauta sobre os monos-carvoeiros, que estão em extinção. Quando os macacos se aproximaram de mim, me assustei e perdi a foto, mas consegui uma boa imagem em outro momento.
Para Cristina, uma das principais mudanças pela qual a fotografia passou está no suporte usado:
— O que antes se fazia no laboratório, faz-se agora no Photoshop. Embora no Estado de Minas eu trabalhe com equipamento digital, o meu, pessoal, é ainda de filme.
Cristina já participou de uma coletiva com as fotógrafas Eny Miranda e Vera Godoy, no Centro Cultural de Belo Horizonte, em 1989, e também de “Quatro olhares”, com os colegas Pedro David, Denise Stumvoll e Fernanda Shemale, no Centro de Referência Audiovisual da Secretaria Municipal de Cultura, em 2000:
— E ganhei Menção Honrosa no concurso “Um olhar sobre a loucura”, promovido pela Secretaria Municipal de Saúde em 1994, com a foto “Sai, Satanás, em nome de Deus”, tirada na enfermaria do Hospital Raul Soares, quando doentes mentais iam ser transportados para Barbacena.
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