13/01/2010
A palavra hexa está na moda. Primeiro porque o Flamengo acabou de se tornar “hexa” campeão brasileiro e todos estão esperançosos no “hexa” campeonato mundial do Brasil.
Há dois anos mais ou menos, uma professora da rede pública procurou a ABI e conversou com o nosso companheiro Lóris Baena. Ela estava muito preocupada com o que os veículos de comunicação afirmavam: o Brasil é penta campeão. E perguntou se a ABI poderia interceder para acabar, segundo ela, com a utilização indevida da palavra hexa.
Ela era contestada por seus alunos, porque os ensinara corretamente que tri, tetra, penta, hexa eram conquistas seguidas. E são. O próprio Flamengo chegou ao seu trigéssimo primeiro título no campeonato do Rio de Janeiro. Respondam: o que é o rubro-negro após os trinta e um títulos conquistados?
Essas denominações fantasiosas desvalorizam as próprias conquistas dos clubes. O Flamengo, por exemplo, possui cinco tris no futebol do Rio de Janeiro e é verdadeiramente decacampeão masculino de basquete (1951 a 1960).
Com o título carioca de 1939, o Flamengo interrompeu a série de títulos do Fluminense, impedindo que o tricolor conseguisse o hexa campeonato.
O time do Fluminense tricampeão carioca de 36, 37 e 38 era o grande favorito do campeonato de 1939, ano em que tentaria o tetra. O favoritismo tricolor não se confirmou e o Flamengo se sagrou campeão após doze anos sem ganhar o título carioca. Nos dois anos seguintes, a equipe das Laranjeiras retomou a hegemonia do futebol do Rio, conquistando o bicampeonato de 1940/41. Seria o Fluminense penta? Claro que não.
Em 39, Flávio Costa retornou à direção técnica do Flamengo, depois de dirigir a Portuguesa Santista, para conquistar seu primeiro título como treinador.
O forte da equipe rubro-negra era o seu ataque formado por Sá, Valido, Leônidas da Silva, Gonzales e Jarbas. Na defesa destacava-se a presença de Domingos da Guia, o “Divino Mestre” e na intermediária o argentino Carlos Volante possuía um fôlego invejável.
No campeonato carioca de 1939, disputado em três turnos, o rubro-negro teve como principal adversário o Botafogo, o qual perdeu para o América por 5 a 4, na penúltima rodada, permitindo a conquista antecipada do Flamengo.
A goleada sobre o Madureira por 5 a 1, na Rua Domingos Lopes, na estréia, prenunciava o bom desempenho do time no campeonato. Foram 16 vitórias, 4 empates e 4 derrotas. O ataque marcou 67 gols e a defesa sofreu 24.
O Flamengo terminou o campeonato com 12 pontos perdidos, seguido pelo Botafogo com 15, São Cristóvão em 3º com 19 e o Fluminense em 4º com 21.
Na abertura do 2º turno, na Gávea, o Flamengo repetiu o placar de 5 a 1 sobre o Madureira. Gonzáles perde excelente oportunidade diante da meta de Alfredo. |
Flávio Costa conversa com Newton, Yustrich e Doimngos antes do empate de 0 a 0 com o América, em São Januário, na antepenúltima rodada do campeonato. |
Domingos da Guia vibra após a marcação de mais um gol rubro-negro na vitória por 4 a 0 diante do Vasco, em São Januário, na última rodada do campeonato, no dia 3 de dezembro de 1939. Fizeram os gols Valido, Gonzáles (2) e Leônidas. |
Uma das formações do Flamengo no campeonato carioca de 1939: Volante, Médio, Britto, Walter, Domingos e Osvaldo “Gerico”; Sá, Leônidas, Caxambu, Gonzáles e Jarbas. |
Elenco rubro-negro campeão carioca de 1939: em pé, Volante, Valido, Orsi (argentino campeão mundial de 1938 pela Itália), Néon, Flávio Costa, Jarbas, Caxambu, Carlinhos, Gonzáles, Médio e Johnson (massagista); agachados, Marin, Domingos, Walter, Yustrich, Newton, Artigas, Osvaldo “Gerico”, Leônidas e Sá. |