Filme ‘A Caça’ inicia série sobre cinema na ABI


Por Edir Lima

02/12/2015


Arcírio Gouveia, diretor do Departamento de Assistência Social da ABI, e as psicanalistas Rosana Yentas e Loudes Lira debatem sobre o tema do filme

 

Cerca de 30 pessoas assistiram ao filme “A Caça”, do cineasta dinamarquês Thomas Vinterberg, nessa terça-feira (01), na Associação Brasileira de Imprensa (ABI). A sessão gratuita inaugurou a série “Um Olhar Psicanalítico sobre o cinema “, que será realizada semanalmente na ABI. Um dos objetivos da parceria é a reflexão sobre a concepção de infância e adolescência através da psicanálise e do cinema.

A iniciativa da programação é do Presidente da ABI Domingos Meirelles e de Jesus Chediak, diretor de Cultura e Lazer da Sobepi – Associação Brasileira de Estudos e Pesquisas da Infância.
A psicanalista Lourdes Lira chama a atenção de como a verdade pode ser questionada e a maneira como as pessoas lidam com isso em uma comunidade.

“Eles acreditam estar vivenciando uma situação de que seja uma verdade absoluta. A criança não é ouvida. A idade biológica nem sempre será relacionada com a adultez. Há uma certa polissemia durante o filme que pode ser mais traumático do que o evento em si. A falsa denúncia de abuso sexual destruiu a vida do professor. Recuperar isso é um desafio”, observa.

Vencedor de três prêmios em Cannes, incluindo o de melhor ator (Mads Mikkelsen), e indicado à Palma de Ouro de melhor diretor, o longa-metragem conta a história de um homem que é injustamente acusado de assediar uma menina e passa a ser perseguido pela comunidade.

Lucas (Mads Mikkelsen) é funcionário de uma creche. Apesar de estar se recuperando de um divórcio, no qual perdeu a guarda do filho, ele é considerado um empregado competente e de fácil relacionamento no ambiente de trabalho. Sua vida é virada do avesso quando Klara (Annika Wedderkopp), de apenas cinco anos, diz à diretora da instituição que Lucas lhe mostrou suas partes íntimas.