17/12/2020
Festival de Cinema de Brasília tem prêmio da Anistia Internacional
O Secretário de Cultura do Distrito Federal, Bartolomeu Rodrigues e o cineasta Sílvio Tendler fazem a cerimônia de abertura do 53º Festival Brasileiro de Cinema de Brasília nesta terça-feira, 15, às 23hs, pelo Canal Brasil, antes da exibição de um dos seis filmes de longa-metragem selecionados, Espero que Esta te encontre e que Estejas Bem, de Natara Ney (PE, MS,RS). Um novo troféu, o Cosme Alves Netto, criado pela Anistia Internacional do Brasil será oferecido ao filme que melhor represente os direitos humanos e os valores da anistia.
O evento será realizado pela primeira vez virtualmente, até domingo, com a exibição de 30 filmes selecionados, 10 mesas de debates, três oficinas e três mostras. O longa de hoje é um dos documentários selecionados e que concorre ao troféu Candango e seu tema é um lote perdido de 110 cartas de amor encontrada numa loja de antiguidades. A última mesa desta terça- feira, às 18 hs, sobre Cinemateca Brasileira – Memória e Identidade reúne os cineastas Cacá Diegues, Eduardo Escorel, Vladimir Carvalho, Ana Maria Magalhães, Aurélio Michiles e Sílvio Tendler, curador do festival.
Os seis filmes da Mostra Oficial Longa-Metragem serão exibidos diariamente, às 23 hs, pelo Canal Brasil, e apenas um deles é de ficção— Longe do paraíso, de Orlando Senna. Os outros são documentários: A luz de Mario Carneiro, de Betse de Paula; Entre nóstalvez estejam multidões, da dupla AianoBemfica e Pedro Maia de Brito; Por onde anda Makunaíma?,de Rodrigo Séllos; e Ivan, OTerrirVel, de Mario Abbade. A premiação será no dia 21 e haverá também transmissão pela internet para os outros eventos do festival.
Documentários
Sílvio Tendler, que dirigiu centenas de documentários como Jango e Osanos JK, explica que “o documentário tem ocupado grande espaço da criação cinematográfica” e, desde 1965, quando começou sem interrupções, será a primeira vez que o festival será exibido totalmente virtual devido à pandemia de covid-19.
Os documentários que concorrem ao Candango mostram figuras do cinema como o diretor de fotografia Mario Carneiro e o diretor de cinema Ivan Cardoso, além da figura histórica de Macunaíma, popularizada por Mario de Andrade. O longa do experiente Orlando Senna, Longe do Paraíso é um inventário cinematográfico de comunidade de ocupação mineira e ainda com uma história de amor que atravessa décadas, depois de incendiada por profundas e sentimentais cartas.
No pacote, há, ainda, 12 filmes na Mostra Oficial Curta-Metragens, e, na Mostra Brasília, oito curtas ao lado de quatro longas. Segundo Sílvio Tendler, a ideia era abraçar todos os gêneros e estéticas possíveis, elegendo produções que falassem do negro, do indígena, da mulher, da comunidade LBGTQIAP+, dos problemas do país. “Os 13 membros das três Comissões de Seleção da Mostra Oficial (longas e curtas) e da Mostra Brasília tiveram total autonomia para escolher os 698 filmes inscritos” – avisa Sílvio.
O cineasta André Luiz Oliveira foi o presidente da Comissão de seleção de longa-metragem da Mostra Competitiva Oficial do 53º FBCB, junto com a cineasta Adriana Dutra, a atriz Ana Celestino Mota, o produtor e diretor Luiz Carlos Lacerda (Bigode) e a pesquisadora Tânia Montoro.Eles selecionaram os 6 longas que competem na Mostra Oficial.
Presidida pelo diretor de curtas, Clementino Júnior, a Comissão de Curtas selecionou 12 de 463 produções inscritas. Também participaram a produtora e diretora Cintia Bittar, a documentarista e pesquisadora Edileuza Penha de Souza, o diretor de fotografia André Carvalheira e a cineasta alagoana Nara Normande.
A trinca da Comissão de Seleção responsável pela escolha dos 12 dos 79 curtas e 23 longas da Mostra Brasília foram a diretora de cinema e teatro Glória Teixeira, a atriz e apresentadora Maria Gal e a realizadora de audiovisual Carina Bini.
Os cineastas Joelzito Araújo, Ana Maria Magalhães e Ilda Santiago escolhem o filme vencedor dos longas – metragens; do juri de curtas-metragens fazem parte Carlos Marcelo, Graciela Guarani e LylouBoubli; e no da Mostra Brasília (BSB) estão Debora Torres, Sergio de Sá e Catarina Acioly
Para fazer os filmes chegarem até o público, foram feitas parcerias com o Canal Brasil, que incluirá na programação os seis longas da Mostra Oficial, e com a plataforma dos Canais Globo, na qual serão exibidas as outras 24 produções selecionadas. A solução, já colocada em prática em festivais como os de Gramado, Fortaleza e Recife, permite acesso ampliado a filmes que, antes, ficavam restritos aos cinemas e ao público local. Outras transmissões ocorrerão pelo canal no YouTube da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, caso do anúncio dos premiados, que será em 21 de dezembro, às 20h.
Troféus e Festival
O troféu Candango é um dos mais cobiçados pelos cineastas e o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro existe desde 1965 quando o filme premiado foi A hora e a vez de Augusto Matraga, de Roberto Santos. O melhor ator Leonardo Villar só recebeu seu Candango 29 anos depois e Fernanda Montenegro foi eleita a melhor atriz por A Falecida. No ano passado o melhor filme foi A Febre da cineasta Maya Darin. O festival foi também interrompido por três anos durante a ditadura.
O novo troféu criado pela Anistia Internacional do Brasil é uma homenagem a Cosme Alves Netto, estudioso e amante de cinema que foi, por suas décadas, diretor da Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM) e programador do cinema Paissandu.
Amazonense de Manaus, Cosme mudou-se para o Rio e esteve à frente da Cinemateca do MAM entre 1965 e 1989, sendo um verdadeiro guardião do cinema nacional, divulgando e preservando obras de maneira clandestina, sendo perseguido e torturado pela ditadura militar brasileira. A Anistia Internacional é um movimento de mais de 7 milhões de pessoas e tem compromisso com a justiça, igualdade e a liberdade e sua luta é pela proteção e defesa dos direitos humanos.
Um júri de especialistas em direitos humanos e em cinema analisará 18 vídeos, sendo 6 longas –metragens e 12 curtas-metragens selecionados para concorrer ao 53ºFBCB.
Como assistir
O mais antigo, desde 1965, e um dos mais importantes festivais de cinema do país, saiu do Cine Brasília para a televisão e streaming. Devido ao distanciamento social todo o cronograma do festival precisou ser adaptado. Produções audiovisuais da safra mais recente do cinema nacional estarão disponíveis para o público ao longo da semana.
O evento apresenta uma programação ampla com temáticas e produções representativas da arte feminina, afro-brasileira e LGBTQIAP+. Foram selecionados mais de 30 filmes entre longas e curtas-metragens para a Mostra OficialCompetitiva e a Mostra Brasília. Desses, nove são documentários em longa-metragem. Todas as cinco regiões brasileiras estão representadas no evento, cuja curadoria leva assinatura do diretor artístico e cineasta Silvio Tendler.
As exibições dos longas-metragens da Mostra Oficial Competitiva no Canal Brasil, são sempre às 23h. O Canal Brasil é um serviço por assinatura e transmite para todo o Brasil. Basta escolher a sintonia de recepção, conforme a lista abaixo: Sky HD no canal 513; Sky SD no canal 113; Oi e Via Cabo no canal 66; Claro no canal 67; NET HD no canal 650; NET no canal 150;VIVO TV DTH no canal 806; VIVO IPTV no canal 656; LINCA; Conect@; TV Alphaville; VERTV; DESKTOP; Oopstelecom; VALENET; SAT;MEGABIT Telecom; EW GROUP. O acesso também acontece por meio do aplicativo Canais Globo. É preciso criar um login no site da operadora e usá-lo no aplicativo Canais Globo. Download gratuito disponível para os sistemas iOS e Android.
Para assistir aos 12 curtas-metragens da Mostra Oficial Competitiva e mais os 8 curtas e 4 longas da Mostra Brasília : basta acessar a plataforma Canais Globo no site canaisglobo.globo.com , deslizar a página e clicar no ícone do Canal Brasil. Caso não seja assinante, é preciso realizar o cadastro prévio.
As oficinas precisam de inscrições prévias pelo e-mail: masasfestival53@gmail.com. Dentre os participantes há cineastas e artistas que fizeram a história do Festival de Brasília como Helena Ignez, Luiz Carlos Barreto, Joelzito Araújo e Marcela Cartaxo.
Programação
MOSTRA OFICIAL LONGA-METRAGEM – Canal Brasil, às 23 hs
Terça-feira, 15– – Espero que esta te encontre e que estejas bem, de NataraDey (PE, RJ,MS, documentário, 83 minutos);
Quarta-feira, 16 – Longe do Paraíso , de Orlando Senna (BA – ficção, 106 minutos);
Quinta-feira,17 – A luz de Mario Carneiro, de Betse de Paulo (RJ, documentário, 73 minutos, cedido pelo Canal Curta);
Sexta- feira ,18 – Por onde anda Makunaíma?, de Rodrigo Sélios (RR, documentário, 84 minutos);
Sábado, 19- Entre nós talvez estejam multidões, de AianoBemfica e Pedro Maia de Brito (MG/PE, documentário,92 minutos);
Domingo, 20 – Ivan, o TerrirVel, de Mario Abbade (RJ, documentário, 103 minutos).
MOSTRA OFICIAL CURTA METRAGEM
De quarta-feira, 16, até domingo,20 – Plataforma Canais Globo
A morte branca do feiticeiro negro (Rodrigo Ribeiro, documentário, SC, 11 minutos); A tradicional família brasileira KATU ( Rodrigo Sena, documentário, RN, 25 m); Distopia ( Lilih Curi, ficção, BA, 10m30s); Guardião dos Caminhos (Milena Manfredini, Experimental, RJ, 3 m); Inabitáveis ( Anderson Bardot, ficção, ES, 25m); Noite de seresta ( Miniz Filho, Sávio Fernandes, documentário, CE, 19m); Ouro para o bemdo Brasil (Gregory Baltz, RJ, documentário, 17m24s); Pausa para oCafé (Tamiris Tertuliano, ficção, PR, 5m); República (Grace Passô, ficção, SP, 15m30s); Quanto Pesa (Breno Nina, ficção, MA, 23 m); Vitória ( Ricardo Alves Jr, ficção, MG, 14 m)
MOSTRA BRASÍLIA – entre quinta-feira,17, e domingo, 20) – Plataforma : canais Globo
Longas- O mergulho na piscina vazia (Edson Fogaça, documentário, 83m); Cadê Edson (Dácia Ibiapina, documentário, 72 m); Candango: Memórias do Festival (Lino Meireles, documentário, 119 m); UtopiaDistopia(Jorge Bodanzky, ficção, 20m).
Curtas – Algoritmo (Thiago Foresti, ficção, 20 m); Questão de Bomsenso (Peterson Paim, documentário, 29m53s); Do outro lado (David Murad, ficção, 15m36s); Rosas do Asfalto (Daiane Cortes, documentário, 19m57s); Eric( Letícia Castanheira, documentário, 13m50s); Brasília 60+60: do sonho ao futuro (Raquel Piantino, animação, 13 m); Delfini Brasília, Olhar Operário (Maria do Socorro Madeira, documentário, 22m58s); Curumins ( Pablo Ravi, documentário, 17m14s)
Oficinas e Debates
Terça-feira,15: 14h às 17h -Trilha Sonora no audiovisual – com David Tygel, premiados em festivais de cinema brasileiros. Inscrição: mesasfestival53@gmail.com. Plataforma: Zoom;
Mesa 1 – 14h30 às 16 hs – As protagonistas de 2020, os destaques femininos de 2020 com mediação de Cibele Amaral e convidadas: Viviane Ferreira, Monim Pinho, Luiza Lusvarghi, Letícia Godinho e Debora Ivanov. Plataforma: Zoom;
Mesa 2 – 15h às 17 hs – Brasília 60 anos- Files ePersonalidaddes que marcaram o Festival de Brasília – Mediação: Denise Costa Lopes, com Rosemberg Cariry, Neville D’Almeida, Helena Iganez, André Luís Oliveira, Walter Carvalho, Luiz Carlos Barreto e Jordana Berg. Plataforma: Zoom com transmissão pelo Canal do Youtube da SECEC;
Mesa 3– Políticas Públicas de Preservação Audiovisual: Aspectos Nacionais e Regionais. Mediação: Débora Butruce, com José Quental (MAM), Marcus Mello (Cinemateca Capitólio), Mary Land Brito (Cinemateca Potiguar) e Rodrigio Torres (Cine Brasília). Plataforma: Zoom;
Mesa 4 – 18 às 20hs – Cinemateca Brasileira – Memória e Identidade, é uma homenagem à Cinemateca Brasileiraque passa por difíceis momentos. Com Cacá Diegues, Vladimir Carvalho, Eduardo Escorel, Sílvio Tendler, Ana Maria Magalhães e Aurélio Michiles. Plataforma: Zoom com transmissão pelo canal do YouTube da SECEC.
Quarta-feira,16 :10/10h40 – Debate Longa – Espero que esta te encontree que estejas bem na plataforma Zoom com transmissão pelo YouTube canal da SECEC, com mediação de Luciana Costa; 11 / 13hs –
Mesa 5 – Encontro com o diretor Ken Loach: o cinema como ferramenta política. O grande mestre do cinema comparece virtualmente para uma conversa, com mediação de Flávia Guerra no Zoom com transmissão pelo canal da SECEC do Youtube (com tradução simultânea);
14 às 17h – Trilha Sonora no audiovisual, com David Tygel;
15 às 17hs – CPCB, com mediação de Myrna Brandao e convidados: João Batista de Andrade, José Dumont, João Luiz Vieira (UFF) na plataforma Zoom;
16 às18 hs – Senso Crítico e Olhar Sensível No documentário (oficina) com Daniela Broitman. Plataforma Zoom e inscrição: mesasfestival53@gmail.com;
Mesa 7– 17 às 18h30 – Cinema Negro com o cineasta Joelzito Araújo e convidados Lázaro Ramos, Renata Martins e Camila Moraes, no Zoom com transmissão no canal SECEC.
Publicado em: 14 de dez de 2020, às 14h07