Fenaj e Sindjor-AP repudiam atentado à Record


08/09/2010


A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o Sindicato dos Jornalistas do Amapá divulgaram nota em repúdio ao atentado contra a sede da emissora de TV Marco Zero, afiliada da rede Record em Macapá, ocorrido na última sexta-feira, dia 3, quando, por volta das 20h, três homens armados invadiram o prédio da emissora, renderam o segurança, agrediram e fizeram reféns sete funcionários, e incendiaram a sala do superintendente Dalto Martins.
 
“O ato é lamentável e remonta aos tempos da repressão da ditadura militar. Uma barbárie tão grave contra a liberdade de imprensa que não tem mais sentido e espaço dentro do estado democrático de direitos. O atentado à TV Marco Zero precisa ser muito bem apurado pelas autoridades e os culpados severamente punidos. A Fenaj  e o Sindjor-AP se solidarizam com os funcionários da TV Marco Zero e exigem respeito ao trabalho da imprensa, diz a nota assinada pelo jornalista Volney Oliveira, Presidente do Sindjor-AP e Vice-presidente Regional da Fenaj.
 
A Polícia Civil do Amapá abriu inquérito para investigar o crime. Agentes da Polícia Técnico-científica (Politec) realizaram a perícia no local e constataram que nenhum objeto foi levado, informou o Delegado Ernani Soares.
 
Segundo os depoimentos dos empregados, ao abordar o segurança da emissora, um dos criminosos citou o nome de um funcionário da TV e sacou a arma. Em seguida, os bandidos seguiram em direção ao estúdio de jornalismo, onde estavam seis pessoas, entre elas dois servidores do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP). Um dos criminosos teria dito “Façam jornalismo, não se envolvam com política”, teria dito um dos criminosos.
 
O jornalista Gilvan Barbosa, apresentador do programa Balanço Geral, transmitido pela emissora, informou ao Portal Terra que pode ter sido um dos alvos do ataque, já que vem recebendo ameaças e alertas para que não fale sobre política.
 
A direção da emissora, que também encaminhou o caso à Polícia Federal, divulgou comunicado afirmando que os jornalistas da Record Macapá estão indignados com o episódio.
 
”A liberdade de imprensa está sendo cerceada a bala, A população vê e acredita neste meio de comunicação, como uma forma de denunciar e expor seus problemas do cotidiano. No entanto, este fato não irá calar o nosso jornalismo, tampouco, irá nos fazer recuar no que diz respeito ao compromisso com a verdade. É lamentável, que em uma cidade aparentemente pacata, ainda exista pessoas desta natureza, capazes de barbaridades imaginando que a voz do Amapá será calada. Repudiamos este ato violento, realizado por bandidos que a mando de mentores intelectuais, insanos, imaginam que não existe mais justiça nesse país”, diz o comunicado.

*Com informações do Knight Center for Journalism e Portal Terra.