Ivo Herzog, filho de Vladimir Herzog reuniu-se nesta segunda-feira, 25, em São Paulo, com a ministra Maria do Rosário, da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República(SDH). O encontro aconteceu dias após o governo brasileiro ter informado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos(CIDH) da Organização dos Estados Americanos(OEA) que, em função da Lei da Anistia, não pretende investigar o assassinato de Vladimir Herzog, em outubro de 1975, após ser preso e torturado por agentes da ditadura nas dependências do DOI-Codi, em São Paulo. Militares alegaram, à época, que o jornalista se suicidou.
Em nota, a SDH afirmou que “os objetivos de esclarecimento das circunstâncias da morte e desaparecimento de pessoas” foram observados durante a reunião da ministra com Ivo Herzog.
A família de Vlado anunciou que vai protocolar pedido de cumprimento da sentença do juiz federal Márcio José de Moraes, de 27 de outubro de 1978, determinando a retomada das investigações sobre a morte de Vladimir Herzog, em ação na qual Clarice Herzog, viúva do jornalista, responsabiliza a União pela prisão e morte de Vlado.
Embasada no Artigo 40 do Código Penal, a decisão judicial foi proferida antes da promulgação da Lei da Anistia, em 1979. De acordo com Ivo Herzog, a sentença não foi contestada na época do crime. A família pretende retomá-la no âmbito da Comissão da Verdade e vai solicitar a emissão de um novo atestado de óbito sem a versão de suicídio.
*Com informações do jornal O Globo.