Por Claudia Sanches
12/01/2016
A reportagem “As Eternas Escravas” ganhou, nesta terça-feira (12), o Prêmio Rei de Espanha de Jornalismo na categoria “Televisão”. Apresentada pelo presidente da ABI Domingos Meirelles, a matéria, transmitida pela Rede Record em 15 de junho de 2015 no programa Repórter Record Investigação, denuncia a exploração sexual de mulheres da tribo Kalunga, localizada a 320 quilômetros de Brasília. Mulheres e crianças são forçadas a trabalhar e a praticar sexo, inclusive por autoridades locais.
Entre os profissionais premiados, estão o repórter Lúcio Sturm, o editor Marcelo Magalhães, o editor-executivo Gustavo Costa, o cinegrafista Michel Mendes, o auxiliar Valmir Leite, o editor de pós-produção Caio Laronga, a finalizadora Natália Florentino e os sonoplastas Rafael Ramos e Julio Cesar.
O júri da 33ª edição dos Prêmios Rei da Espanha, concedido anualmente pela Agência EFE e a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID), elegeu por unanimidade como ganhador este trabalho entre os 43 apresentados na categoria “Televisão”.
Os jurados avaliaram a elegância da linguagem visual e a capacidade de resumir múltiplos problemas sociais em uma reportagem e destacou que a denúncia colocada pelo programa foi recolhida pelas instituições políticas brasileiras, que pediram ao governo de Goiás que tome providências.
O prêmio na categoria “Televisão” recebeu a quantia de seis mil euros e uma estátua em bronze do artista Joaquín Vaquero Turcios. Os Prêmios Internacionais de Jornalismo Rei da Espanha são patrocinados pela Ag~encia EFE e pelo OHL, grupo internacional de concessões e construção.
Além do Prêmio Rei de Espanha, a reportagem “As Eternas Escravas” conquistou o Prêmio Esso de Telejornalismo 2015 (hoje Prêmio Exxonmobil de Telejornalismo 2015) , o 32º Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo na categoria Televisão e o Prêmio CBIC de Jornalismo.
Categorias
A brasileira Márcia Foletto venceu o de “Fotografia” com uma série de fotos sobre a pobreza no Rio de Janeiro, intitulada “Os Miseráveis”, publicada pelo jornal “O Globo” em 31 de maio de 2015.
A portuguesa Catarina Gomes foi premiada na categoria “Imprensa” com a matéria “Quem é o filho que Antônio deixou na guerra”, sobre os filhos de ex-combatentes portugueses com mulheres africanas durante a guerra colonial de Portugal. A reportagem foi publicada pelo jornal português “Público” em 21 de junho de 2015.
O uruguaio Jerónimo Giorgi Boero foi o vencedor do prêmio de “Jornalismo Digital” com o trabalho sobre o desenvolvimento tecnológico na África, intitulado “Connecting África”.
O prêmio de “Rádio” contemplou o programa “Praça Municipal”, que foi ao ar no dia 8 de novembro de 2014, com denúncias sobre o assassinato e os maus-tratos às mulheres bolivianas, transmitido pela rádio “Fides” e intitulado “Feminicídio e violência contra a mulher na Bolívia”, elaborado pelos jornalistas Abdel Padilla Vargas e José Luis Mendoza.
Na categoria “Jornalismo Ambiental”, o prêmio foi para a reportagem “Mercúrio, um monstro dormido em Antióquia”, publicada pelo jornal digital elcolombiano.com, em 24 de novembro de 2014, e produzida pelos colombianos Santiago Cárdenas Herrera e Manuel Saldarriaga Quintero.
O prêmio
Os Prêmios Internacionais de Jornalismo Rei da Espanha têm como objetivo reconhecer o trabalho informativo dos profissionais do jornalismo de língua espanhola e portuguesa dos países que integram a Comunidade Ibero-Americana de Nações e das nações com as quais a Espanha tem vínculos de natureza histórica e cultural. São concedidos anualmente desde 1983, quando foram criados pela Agência EFE e a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID).