Por Cláudia Souza*
27/04/2015
Os corpos de quatro repórteres líbios e um egípcio, funcionários da TV Barqa, foram encontrados na região de Bayda, nesta segunda-feira, dia 27. Eles estavam desaparecidos desde agosto último, quando, após cobrirem a inauguração do Parlamento eleito no país, atravessaram uma área dominada por jihadistas. A informação foi divulgada nesta segunda-feira, dia 27, por Faraj al-Barassi, comandante do Exército no leste da Líbia.
— Os cinco corpos degolados foram localizados nas florestas da Montanha Verde, disse Barrasi, em entrevista à agência de notícias Reuters.
Os jornalistas estavam desaparecidos desde agosto último, quando, após cobrirem a inauguração do Parlamento eleito no país, deixaram a cidade de Tobruk e atravessaram Derna, área dominada por jihadistas, em direção à Benghazi. Ainda não há informações sobre quando os profissionais de imprensa foram executados.
— Estamos profundamente chocados com este massacre brutal. O objetivo do Estado Islâmico é causar horror, mas também sentimos grande tristeza e vontade de ver os assassinos responsabilizados por seus crimes, disse Jim Boumelha, presidente da Federação Internacional de Jornalistas (IFJ, na sigla em inglês).
Membros do Estado Islâmico (EI) exploraram um vácuo de segurança na Líbia, onde dois governos e parlamentos aliados a grupos armados lutam em várias frentes desde a derrubada do ditador líbio Muammar Gaddafi, em agosto de 2011. Ele foi morto em 20 de outubro do mesmo ano, em Sirte, último reduto de resistência de seus partidários.
O governo da Líbia internacionalmente reconhecido está baseado na região leste do país, desde a tomada da capital Trípoli por forças rivais, em 21 de agosto de 2011.
O EI, que cercou áreas da Síria e do Iraque, assumiu a autoria de atentados a um hotel de Trípoli, a embaixadas e campos petrolíferos, que resultaram em dezenas de mortes e centenas de pessoas feridas.
*Com informações da Reuters