15/12/2022
Repórter e repórter fotógrafico da IstoÉ foram cercados e agredidos na quarta-feira (14), no acampamento bolsonarista em via pública, em frente ao QG do Comando Militar do Sudeste, em São Paulo. Receberam “ordens” para que deixassem o local, aos gritos e xingamentos. Um homem deu um tranco, com o antebraço, nas costas do fotógrafo, enquanto outro tentava arrancar a câmera de suas mãos. Por isso, a equipe da IstoÉ seguiu para a base da PM a poucos metros, seguida pelos manifestantes. Seguiram as intimidações, com violência crescente, até o arremesso de urina armazenada em galões pelos bolsonaristas, que também arrancaram o bloco de anotações da repórter. Foi registrado BO na Polícia Civil, sob a qualificação de “injúria, vias de fato e constrangimento ilegal”.
Acompanhada de um fotógrafo, a repórter Gabriela Rölke havia ido ao acampamento para produzir uma reportagem. Estava devidamente credenciada e se identificou para os manifestantes com quem conversou amistosamente. Eles se dispuseram a dar entrevista. No entanto, outros bolsonaristas cercaram a equipe, proferiram ofensas e tentaram expulsar a repórter e o fotógrafo. Rölke foi ofendida com palavras misóginas de cunho moral e o bloco de anotações foi tomado das mãos delas.
Enquanto enxotavam os jornalistas, os manifestantes filmavam a cena degradante. Rölke e o fotógrafo se abrigaram em um posto volante da Polícia Militar, que teve de acionar viaturas de reforço diante do cenário de risco.
Os jornalistas denunciaram o caso à polícia, registrando boletim de ocorrência no 36º DP, de Vila Mariana. A direção da IstoÉ informou que vai processar os responsáveis pelas agressões.
A ABI se solidariza com os jornalistas diante de mais essa cena de humilhação e violência, que têm se repetido impunemente em várias cidades. Desde o final do segundo turno foram quase 70ataques a equipes de jornalistas, incluindo uma rádio incendiada e disparos de arma de fogo que estilhaçaram os vidros da fachada de um site de notícias.