Encontros da ABI com a Cultura com Elvira Lobato

A jornalista Elvira Lobato é a entrevista do Encontros

A entrevistada do Encontros da ABI com a Cultura hoje, a partir das 19h30, é a jornalista e escritora Elvira Lobato, que recebeu um Prêmio Esso com uma reportagem sobre o crescimento de patrimônio da Igreja Universal, o que lhe rendeu 66 processos movidos por pastores da igreja, provocando denúncias de intimidação da jornalista da Abraji e ABI. Elvira trabalhou na Folha de S.Paulo por 25 dos 39 anos em que atuou como jornalista e aposentou-se no início de 2012, mas continua na ativa.

Outra de suas reportagens foi sobre a vida de mulheres migrantes. Para isso, Elvira morou em uma pensão para moças e realizou uma imersão no universo das pessoas retratadas na matéria. No Encontros, estão como entrevistadores os jornalistas Rubens Valente, do portal UOL; Cristina Serra, colunista da Folha de São Paulo; e Zezé Sack, da Comissão de Cultura da ABI.

Elvira

Elvira Lobato também produziu outras reportagens de mesmo estilo vivenciando diversas situações como a de uma vendedora ambulante (registrando achaques das autoridades ao comércio ambulante), moradora de rua em um dos albergues do Rio de Janeiro, operária de fábricas, entre outras.

No final dos anos 1970, trabalhou também nos jornais Gazeta do Povo e Opinião. Em outubro de 1984, ingressou na sucursal do Rio de Janeiro do jornal Folha de S.Paulo. Inicialmente escrevendo sobre economia e, em 1986, transferiu-se para a seção de jornalismo investigativo do jornal. Dentre suas reportagens de destaque estão uma série de matérias publicada em agosto sobre o secreto Programa Nuclear Paralelo do governo brasileiro e o funcionamento da Petrobras, em 1989, para a qual decidiu se tornar uma acionista. Após aposentar-se, Lobato dedicou-se a produzir uma série de reportagens independentes para a Agência Pública, sobre concessões televisivas na Amazônia.

Sobre a atuação do jornalista, Lobato declarou, em entrevista, em 2016:

“O jornalista é, ou deveria ser, muito diferente do pesquisador e do acadêmico, que já partem com uma tese para ser comprovada. Meu trabalho não é esse, eu não posso saber no que vai dar. Eu preciso ir lá e olhar, porque se eu partir de uma tese, não vou surpreender nem a mim mesma, só vou buscar confirmar uma ideia pré-concebida”.

Lobato é ainda autora do livro Instinto de repórter, publicado em 2005, que trata da apuração de pautas e realização de matérias, considerado “uma valiosa colaboração a um ensino de jornalismo tão carente de bibliografia específica, que não sejam, em geral, traduções de manuais estadunidenses”. E ainda “Antenas da Floresta”, pela Objetiva, que retrata a concessão de rádio e televisão.

Seus prêmios são: Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, 2016^; Troféu Mulher Imprensa, categoria “Repórter de site de notícias”, 2012^; Prêmio Esso de Jornalismo, por “Universal chega aos 30 anos com império empresarial”, Folha de São Paulo, 2008; Prêmio CNT de Jornalismo, por “Vícios de Gestão Afundaram Varig”, Folha de S.Paulo, 2006^; Prêmio Imprensa Embratel, por “Teles negociam compra da Embratel para subir preços”, Folha de S.Paulo, 2004^; Grande Prêmio Folha de Jornalismo, 1999 e 2004^.

Debatedores

Rubens Valente é jornalista do portal UOL, em Brasília, e repórter desde 1989. Autor de “Os fuzis e as flechas: história de sangue e resistência indígena na ditadura” (Companhia das Letras) e “Operação Banqueiro” (Geração Editorial). Recebeu 17 prêmios nacionais e internacionais, entre eles o Esso de Reportagem de 2001 e dois prêmios de Excelência Jornalística da Sociedade Interamericana de Imprensa.

Cristina Serra é jornalista e escritora. Trabalhou em várias redações, entre elas, Jornal do Brasil, Veja e Rede Globo, de onde foi correspondente em Nova York. Atualmente, escreve na Folha de São Paulo. É autora do livro “Tragédia em Mariana – a história do maior desastre ambiental do Brasil”.

Zezé Sack é jornalista e promotora cultural. Trabalhou na TVE no programa Sem Censura e no Observatório da Imprensa. É conselheira da ABI.

Apresentação da jornalista Vera Perfeito, Diretora de Cultura da ABI

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