24/04/2013
No próximo dia 26, sexta-feira, os jornalistas do Rio e de todo o país, desde que associados da instituição, terão a oportunidade de exercitar sua cidadania profissional, escolhendo os novos dirigentes da mais ilustre e importante entidade de congregação e representação da classe existente no Brasil: a Associação Brasileira de Imprensa (ABI). A causa é justa, num momento tão decisivo da vida nacional, com tantos desafios para serem vencidos, luta na qual os jornalistas são parte fundamental.
Embora centenária, a entidade não está morta. A velhice lhe trouxe muitos problemas, mas ela vem resistindo para não sucumbir ao peso dos mesmos, buscando tanto quanto possível, num país sem passado e de presente duvidoso, encarar o futuro e seus desafios. Isso só vai acontecer se os jornalistas assumirem a parte que lhes cabe nesse pequeno, mas do ponto de vista humano, social e profissional imenso latifúndio: o latifúndio altamente produtivo da liberdade de imprensa, do pluralismo de pensamento, da resistência corajosa na defesa da democracia expressa, vivenciada, real.
A ABI não é uma casa de velhos perdidos no passado. Muito pelo contrário: é uma sobrevivente, que enfrentou ditaduras e outras brutalidades políticas, sem jamais compactuar com elas. A cada desafio ela rejuvenesce. E será tanto melhor se os jornalistas mais jovens marcarem presença na sua vida, levando a contribuição de quem está no ápice profissional para reforçar uma casa que precisa ser de todos que militam nessa profissão hoje tão questionada, em função das mudanças que a tecnologia lhe impõe.
Nessa luta, é fundamental reiterar a permanência de seus atuais dirigentes, agrupados na Chapa Prudente de Morais, sob a liderança de Maurício Azêdo, que já vem lutando com muito esforço para preservar a grandeza da Casa da Imprensa e certamente dará agora espaço especial ao chamamento de novos jornalistas para integrar o seu corpo de associados, no propósito de preparar a ABI para ser o espaço de formação do futuro. Os jovens jornalistas não devem, porém, esperar o chamamento, a convocação, porque a ABI é de todos que amam a profissão e vêem no seu exercício, mais do que um ganha-pão, um compromisso cívico para com o Brasil. A entidade somente não terá futuro se os profissionais mais jovens não a assumirem como prioridade.
Mário Augusto Jakobskind, jornalista e autor da BOOKLINK, é um dos integrantes da Chapa Prudente de Morais.