01/02/2015
Após 400 dias atrás das grades, o jornalista Peter Greste, da rede Al Jazeera, foi solto neste domingo, 1º de fevereiro, pelo governo do Egito. Na sequência, foi expulso do país e enviado de volta a seu país de origem, a Austrália. Outros dois profissionais da rede árabe seguem presos – assim como Greste, são acusados de apoiar a Irmandade Muçulmana de Mohamed Mursi, o presidente islamita deposto pelo Exército.
Em comunicado a imprensa após o anúncio da libertação do jornalista, seu irmão Andrew Greste afirmou que Peter não esquecerá os colegas Mohamed Fahmy, egípcio com passaporte canadense, e o egípcio Baher Mohamed, ainda detidos. “A sua alegria é moderada e continuará a ser até os dois outros repórteres serem libertados. Ele não vai desistir até Baher e Mohamed Fahmy estarem livres”, disse Andrew.
Em junho de 2014 Greste, correspondente da Al Jazeera no Quênia, e o egípcio-canadense Mohamed Fahmy foram condenados a sete anos de reclusão. O produtor egípcio Baher Mohamed foi considerado culpado por posse de arma de fogo e sentenciado a cumprir dez anos de prisão. Greste, Fahmy e Mohamed estavam produzindo conteúdo em inglês para o canal de notícias quando foram detidos. Greste, correspondente experiente, trabalhou anteriormente para a CNN, Reuters e BBC. Fahmy, chefe do escritório do canal catariano no Cairo, também trabalhou para a CNN.
Outros sete funcionários da rede catariana foram condenados à revelia a dez anos de prisão: Alaa Bayoumi, Anas Abdel-Wahab Khalawi Hasan, Khaleel Aly Khaleel Bahnasy, Mohamed Fawzi, Dominic Kane e Sue Turton. Todos os condenados foram considerados culpados por colaborarem com o grupo político-religioso Irmandade Muçulmana, que foi proibido no Egito. Os condenados à revelia não correm o risco de serem presos, pois estão fora do Egito.
* Com informações da Reuters e da Agência Lusa.